Estilista japonês fala sobre a moda brasileira

Estilista japonês fala sobre a moda brasileira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:15

Kenzo Takada visita o Brasil e o motivo não poderia ser outro além de moda. O estilista japonês, fundador da marca de roupas, produtos de beleza e perfumes Kenzo, está desde o último dia 19 em solo nacional para encontros e palestras com estudantes, clientes e imprensa a fim de conversar sobre a indústria da moda e sua carreira.

E nesta terça-feira, dia 24, o designer atendeu novamente a imprensa em uma palestra realizada em São Paulo. Uma pergunta que não poderia ficar de fora é a sua opinião sobre a produção e estilo brasileiros. E seu comentário foi bem positivo:

- O que sinto no Brasil e o que mais me interessa na moda brasileira é que é casual e sensual, não sexy. Tem também uma imagem saudável.

A primeira passagem de Kenzo Takada pelo país foi há dois anos, quando esteve presente em alguns desfiles do evento São Paulo Fashion Week. Aliás, o estilista se considera, junto com outros grandes nomes como Karl Lagerfeld, um dos responsáveis pelo projeto que gerou as semanas de moda no mundo todo.

Ele também seria o iniciador dos desfiles, que antes não existiam – as roupas eram apresentadas aos clientes e imprensa no ateliê da grife, segundo sua informação. Nos primeiros anos de passarelas, os modelos de Kenzo entravam sorrindo, fazendo brincadeiras, girando e acenando para a plateia. Hoje, o que se vê em todo o mundo é a ideia de que eles são meros cabides. O designer não tira o valor desta mudança, mas a considera muito séria:

- Agora você vê melhor a roupa do que antes. Só uma coisa: os desfiles não são mais divertidos. Elas podem fazer o catwalk, mas falta sorrir mais. Mesmo quando eu pedia (recentemente), elas tinham dificuldade para sorrir.

Se você está por fora de quem é Kenzo Takada, a gente te resume algumas curiosidades de sua vida: ele interrompeu uma faculdade para cursar moda, encarou um mês de viagem de navio para chegar a Paris, onde planejava passar seis meses, mas que depois se tornou sua residência fixa (detalhe: quando chegou à capital francesa, não falava uma palavra do idioma). Mesmo sem dinheiro, montou sua butique. Mais de 40 anos depois de seu boom na moda, vem se dedicando a outras atividades como a pintura e desenvolvimento de estampas para empresas desde sua aposentadoria.

E já que ele tem algumas parcerias e parece gostar de nosso estilo, por que não investir em alguma marca do país? Se dependesse do estilista, o negócio já estaria fechado.

- Se eu puder fazer uma mistura das culturas que carrego e contribuir com a moda brasileira, seria fantástico.

Por: Monica Cruz

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