Horário de verão e o sono

Horário de verão e o sono

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:10

Para cerca de 33% da população brasileira, sono contínuo e reparador não passa de mera utopia, pois essa parcela significativa de padece com os chamados distúrbios do sono. E o horário de verão pode funcionar como mais um obstáculo para o sono de qualidade, já que a mudança exige certa adaptação do corpo para dormir e acordar uma hora mais cedo.

Prepare o organismo para garantir o sono de qualidade.

O hormônio regulador do sono, a melatonina, é acionado ao entardecer. Para adaptar-se ao novo horário, é importante evitar situações estimulantes no final da tarde ou no começo da noite: "Quanto maior o estímulo luminoso, maior a dificuldade do organismo para relaxar e, assim, pior a qualidade do sono", diz Fausto Ito, Especialista em distúrbios do sono. As pessoas podem demorar cerca de 3 a 5 dias para se adaptarem ao horário de verão. É importante não mudar drasticamente a rotina e evitar as bebidas cafeinadas (chá preto, verde ou branco) e energéticos, principalmente perto da hora de dormir, para não dificultar o início ou manutenção do sono. Após esse período e com os devidos cuidados, o corpo se adapta sem maiores transtornos.

Para não sofrer tanto com a adaptação, a dica é começar a tomar providências imediatamente

SESTA

Para quem não está habituado à prática da sesta é bom evitar os cochilos à tarde nos primeiros dias para não atrapalhar o sono noturno. No jantar escolha alimentos que favoreçam o sono. A combinação de aminoácidos e proteínas aumentam os níveis de serotonina, hormônio que promove o sono. Outras combinações como leite morno e iogurte com cerais também funcionam. O leite quando aquecido libera uma substância chamada triptofano que auxilia na formação da melatonina.

ROTINA E EXERCÍCIOS FÍSICOS

O desequilíbrio do organismo se dá nos cinco primeiros dias da mudança no relógio. A má qualidade do sono prejudica significativamente a pessoa nas atividades durante o dia. É comum a queda no rendimento profissional, na capacidade de raciocínio e de executar tarefas de forma geral. O horário de verão não é o único fator que perturba o nosso organismo. Trabalhos em turno ou diferenças devido ao fuso horário, especialmente em viagens internacionais podem agir da mesma forma. Para manter o equilíbrio e a saúde, esses cuidados devem ser constantes ao longo de todo o ano. O corpo humano prefere a rotina e para isso depende de três ações básicas: sono de qualidade, alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares. Quando uma dessas ações deixa de acontecer de forma regular, o corpo sofre as consequências. Poucas horas de descanso noturno implicam uma queda das taxas do hormônio do crescimento (GH), cuja deficiência está associada aos sintomas mais comuns da idade: acúmulo de tecido adiposo, flacidez muscular, fraqueza óssea e perda de disposição. Este hormônio é produzido durante o sono profundo e também na fase dos sonhos. Para produzi-lo de forma correta e nos beneficiarmos de seus efeitos é preciso ter um sono contínuo: "A atividade física deve ser moderada e regular. Esportes aeróbicos como a corrida, por exemplo, exigem mais do sistema cardiocirculatório. Quanto mais em forma a pessoa estiver, menores são as chances de ocorrer os roncos e as apneias que impossibilitam a recuperação completa do corpo durante a noite e provocam sonolência excessiva durante o dia", fala Fausto.

ALTERAÇÕES CARDÍACAS

A manutenção do sono, principalmente nos primeiros dias do novo horário, é fundamental para evitar complicações cardiovasculares. Dificuldade de dormir ou acordar pode predispor a pessoa a problemas cardiovasculares. Estudos comprovam que a longo prazo a privação do sono provoca um déficit que pode reduzir a desempenho do coração em até 11%. O infarto, por exemplo, costuma acontecer algumas horas após o despertar e, principalmente, na segunda-feira, dia em que o estresse geral aumenta.

CONTROLE DO PESO

Durante o sono, o corpo produz hormônios que atuam no metabolismo. Alguns deles como a leptina atua na saciedade, já a grelina estimula a fome. As pessoas que dormem mal ou tem insônia produzem pouca leptina e muita grelina, logo, têm mais dificuldades para controlar o peso ou emagrecer. O cortisol conhecido como hormônio do estresse favorece o acúmulo de gordura no abdominal e estimula a perda de massa magra.

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