Na onda das siliconadas, cresce procura por seios maiores

Na onda das siliconadas, cresce procura por seios maiores

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:35

Faz pouco mais de um mês que a ex-BBB Jaqueline Khury circula com seus novos seios. Ela trocou as próteses de silicone motivada por um convite para posar nua: aumentou de 300 ml para 500 ml. Assim como Jaque, a modelo Caroline Bittencourt turbinou o visual esse ano e substituiu as próteses de 200 ml por novas de 350 ml. Tudo para fazer bonito no carnaval. 

Não são só as celebridades que desejam seios mais chamativos. A procura por próteses maiores nos consultórios dos cirurgiões plásticos mudou o padrão de atendimento. “É uma nova situação. Hoje não posso colocar volumes pequenos como fazia há cinco anos. Estamos partindo de próteses com mais de 200 ml como básicas, para começar”, diz Wanda Elizabeth Correa, coordenadora da comissão de silicone da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

Até a década de 90, as próteses grandes eram raras no Brasil. Desde então, a média utilizada saltou de 150 ml a 180 ml para 200 ml a 300 ml, segundo estima Carlos Alberto Komatsu, presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Hoje a tendência é ser maior”, diz ele. As próteses mais modernas, de terceira geração, impulsionaram o aumento dos seios por serem mais seguras e endurecem menos ao longo do tempo.

As novas próteses são tentadoras mesmo para quem está com a anterior em perfeito estado. É o caso de Jaque, que queria seios mais juntos que os antigos, colocados em 2001 com o primeiro dinheiro que ganhou trabalhando como modelo. Segundo Wanda, a maioria das trocas de silicone acontece por insatisfação com a estética, como o tamanho insuficiente, e não por problemas ou complicações. “São pacientes que colocaram anos atrás e agora acham o peito pequeno”, explica ela.

A plástica nos seios é a mais popular no país e o número de procedimentos continua aumentando. “Estamos colocando próteses mais do que nunca”, diz Wanda. O Brasil é o segundo maior consumidor de silicone do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Visual natural ou exuberante? Para a modelo e DJ Sabrina Boing Boing, o aumento dos seios é quase rotina. Ela, que admite ser viciada no procedimento, já fez cinco cirurgias locais desde 2002: colocou 300, 450, 900 ml e um litro e meio. Em 2010, procurou um médico fora do Brasil disposto a aumentar suas já fartas próteses para dois litros - de cada lado -, volume digno de um sutiã número 56. “Quando coloquei o primeiro não tinha noção de quantidade, me baseava pelas fotos de revistas. Na época, 300 era muito”, conta Boing, que diz ter ficado frustrada com os primeiros resultados: “não aparecia”.

O padrão estético das mulheres em relação aos seios está mudando, acredita Wanda. “O bonito está virando o exagerado, o fake”, opina a cirurgiã, que prefere não operar casos mais extremos. Peitos grandes como das norte-americanas foram a referência de Sabrina para planejar a primeira plástica. “Achava aquele o padrão real de beleza, sempre foi um sonho de consumo. Bonito é seio grande”, diz. Apesar da procura por seios maiores, Komatsu, que faz cerca de 140 operações ao ano, garante que grande parte das suas clientes ainda pede por um resultado natural. A informação é confirmada por Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica: “o tamanho que preenche a mama com harmonia ainda é predominante”.

Jaque espera que suas próteses fiquem mais naturais nos próximos meses, após o período de adaptação, mas acredita que nem sempre as mulheres esperam um look convencional. “Minha amiga colocou para ficar com o seio em forma de bola mesmo”, conta a ex-BBB. 

Enquanto a tendência é aumentar o decote, os médicos alertam que não é possível colocar uma prótese muito grande de uma vez. O cálculo do silicone adequado depende do tamanho do tórax e dos seios naturais para que a pele aguente o volume novo. “Se exagerar vai ter estrias e a chance de uma rejeição ou infecção é maior”, explica Komatsu, que garante já ter dispensado pacientes que não acataram os limites de tamanho. “O erro dos médicos é aceitar o que a paciente quer”, completa. 

Sabrina conhece os riscos dos seios grandes. Em função das próteses, já perdeu as glândulas mamárias. Outra brasileira que apostou nos seios fora do padrão, Sheyla Hershey, teve que retirar as próteses de dois litros e meio – consideradas as maiores da América Latina – em função de uma infecção no ano passado. Mesmo assim, Boing se anima com a perspectiva de aumentar um pouco mais o volume do decote: “Me pergunto se não daria para colocar mais 500 ml. Teria que amadurecer ideia, não faria mal’”.    

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