O silicone certo para você

O silicone certo para você

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:10

Nos anos 60, já eram realizadas cirurgias de aumento de seios com próteses de silicone. No Brasil, a técnica apareceu no começo dos anos 80. Uma das primeiras celebridades a adotar os implantes foi a apresentadora Monique Evans, que turbinou os seios bem nesse mesmo período. Na época quase não se falava sobre isso, era praticamente um tabu. Podia provocar câncer? Trazia danos ao organismo? Ficava artificial? Qualquer pessoa poderia fazer? E, além dos questionamentos, temos de levar em consideração que as brasileiras estavam mais preocupadas com o bumbum do que com o tamanho das mamas. Assim, essa cirurgia era deixada um pouco de lado.

Mas os anos passaram. As mulheres começaram a valorizar os seios fartos. As atrizes e cantoras foram aderindo ao silicone aos poucos. A técnica começou a ser mais divulgada e as dúvidas, esclarecidas. Até que virou verdadeira febre entre as brasileiras. O bumbum nunca perdeu a majestade, mas os seios conquistaram seu espaço no imaginário masculino e no corpo feminino. E pronto, chegamos ao cenário que conhecemos hoje – a mamoplastia de aumento é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no País.

A divulgação e a adesão do silicone entre as mulheres famosas têm seu crédito, mas é a evolução da técnica é a principal responsável pelo grande número seios turbinados que vemos hoje em dia. No começo, os implantes não eram seguros – eles podiam romper facilmente, trazendo problemas à saúde das pacientes – e eram produzidos com materiais que, em muitos casos, provocavam rejeição no organismo. As cicatrizes também era maiores, o endurecimento das mamas (contratura capsular) era comum e a colocação e tipos de próteses proporcionavam um resultado, digamos, bastante artificial. Mas a medicina evoluiu. Hoje, é quase impossível identificar uma siliconada de uma não-siliconada.

A prótese no século 21

Além de mudanças nas incisões e local para o posicionamento das próteses, os implantes sofreram muitas alterações nos formatos e no material utilizado. Hoje, eles podem ser de diferentes formatos, perfis, materiais e texturas. Já faz alguns anos que as lisas entraram em desuso e quase não são usadas por não proporcionarem tanta segurança, uma vez que podem aumentar o risco de vazamento e endurecimento. As texturizadas e as revestidas de poliuretano reduziram quase que completamente estes contratempos.

Com esses passos dados, o efeito final é bem natural, a segurança do procedimento é maior, os riscos são menores e, por serem produzidas com materiais biocompatíveis, as chances de rejeição do organismo são bem baixas. Até o pós operatório teve ganhos: o que chegava a durar um mês, atualmente exige apenas três dias, em média, de repouso – mas os cuidados extras, tais como evitar exercícios físicos ou levantar os braços acima do nível dos ombros permanecem por mais tempo, 45 dias, em média.

Com que prótese eu vou?

Já que efeito natural é o desejo quase que unânime, as mulheres ainda têm a seu favor os diferentes formatos e tamanhos das próteses, que permitem que cada paciente tenha nos seios um silicone escolhido especialmente para ela – após uma avaliação rigorosa por parte do médico, claro. Formato, tamanho, textura, perfil… São inúmeros os itens de um implante e essa variedade permite que a escolha se encaixe perfeitamente no gosto e biotipo da paciente. A decisão é feita após uma longa conversa do médico com a paciente, quando ele ouve todos os desejos, expectativas e anseios dela. O cirurgião plástico também irá avaliar o biótipo e estrutura corporal (tamanho dos ombros, tórax e estatura).

Mas atenção, o médico (e a paciente também) precisa ficar atento para o fator moda. Se hoje estão em alta os seios muito volumosos, com certeza a procura por próteses grandes será enorme. Porém corre-se o risco de o desejo da mulher não ser compatível com sua estrutura e, pior, de tratar-se de uma vontade tão passageira quanto a moda. Por isso, avalie: com 50 anos de idade estará satisfeita com seios desse tamanho? Afinal, até é possível fazer uma cirurgia futura para a troca da prótese, mas existe o ônus dessa decisão, já que há a possibilidade de restarem mais e maiores cicatrizes e excesso de pele.

No entanto a teoria é mais fácil para o cirurgião plástico, já acostumado a lidar com as próteses. Mas e a paciente, como ela poderá imaginar se o implante no tamanho proposto ficará do seu gosto? Existem pequenos truques (que não são infalíveis, mas ajudam), como colocar a prótese do tamanho indicado debaixo do sutiã ou levar sua mãe ou amiga bem próxima para palpitar.

Entenda como é a cirurgia

Independentemente da prótese escolhida, o procedimento é o mesmo. A cirurgia utiliza anestesia local com sedação, peridural ou geral e pode ser realizada por três vias de acesso: axilas, sulco abaixo das mamas (submamária) ou aréolas (perioareolar). Através da incisão, o cirurgião plástico introduz a prótese. O posicionamento do implante em si também pode variar. "Ele pode ser colocado entre o tecido mamário e o músculo peitoral; entre a fáscia do músculo peitoral e o músculo peitoral; ou entre o músculo peitoral e a parede torácica, dependendo da espessura da pele e da qualidade do tecido mamário disponível para cobri-lo", explica o cirurgião plástico Rodrigo Mangaravite, no livro O que a cirurgia plástica pode fazer por você, da editora 3R Studio. A cicatriz, de acordo com o Dr. Mangaravite, além de pequenas e bem disfarçadas (já que ficam "escondidas" entre as dobrinhas das axilas, no sulco mamário ou na pele escura nas aréolas), tendem a clarear e ficar bem imperceptíveis após 18 meses, em média.

Pré-operatório: exames de rotina, tais como ultrassom de mama ou mamografia, urina, sangue, etc.

Pós-operatório: é preciso usar sutiã cirúrgico por 30 dias, no mínimo, devendo ser retirado apenas durante o banho. "Após a cirurgia, a paciente não deve fazer movimentos bruscos durante um período de 15 a 20 dias", comenta o cirurgião plástico Alexandre Barbosa. Evitar esforço físico, levantar os braços acima do nível dos ombros e carregar peso por 45 dias, no mínimo.

CADA DESEJO, UMA PRÓTESE

O MATERIAL

Todas as próteses são produzidas com o uso de silicone, o que muda é a apresentação desse material em cada uma delas:

Silicone líquido: usado no início da técnica. entrou em desuso com o passar dos anos, pois vazam com mais facilidade e também podem provocar a formação de nódulos. Silicone de gel coesivo: a mais comum de todas. Bastante usada e recomendada hoje em dia, o silicone de gel lembra uma gelatina, o que ajuda a não se espalhar tão facilmente.

O TAMANHO

Existem variados tamanhos. cada uma tem seus prós e contras…

De 125 a 250 ml: indicada para magras, de baixa ou média estatura e com pouco seio. não há riscos relacionados ao tamanho, apenas os comuns a qualquer cirurgia. De 250 a 400 ml: para quem deseja aumentar de forma visível as mamas. dependendo da altura da paciente, corre o risco de ter dores lombares. De 400 a 700 ml: em geral, indicada para mulheres altas, biotipo grande e pouca mama. Aumenta as chances de desvio na coluna e estrias.

A TEXTURA

Apesar de o silicone em gel já ser "durinho" como uma gelatina, ele é envolvido por uma cápsula protetora para deixar a prótese mais segura ainda. essa capa pode ser:

Lisa: esta era a forma mais comum antigamente. porém tem mais facilidade para estourar e vazar o conteúdo, além de propiciar a formação de contratura capsular (quando a região da mama reage à presença do implante, formando uma cápsula, como se fosse uma cicatriz interna). Texturizada: a fim de evitar que o corpo estranhe a presença da prótese, os profissionais acharam que a melhor saída seria "enganar" o organismo. "em vez de o organismo sentir aquele corpo estranho liso e fazer em volta dele uma cápsula enorme, ele passou a fazer microcápsulas em torno da superfície rugosa, porosa, da prótese texturizada, diminuindo muito o número de casos de contratura capsular", explica o cirurgião plástico Rodrigo Mangaravite no livro o que a cirurgia plástica pode fazer por você (ed. 3r studio). Poliuretano: este material veio para reduzir ainda mais os riscos da cirurgia, pois dificulta o endurecimento da prótese.

O FORMATO

Veja abaixo quais as indicações que os médicos, geralmente, fazem para cada uma das formas e perfis dos implantes de silicone. Um deles resolve seu caso:

Redonda perfil alto: neste tipo de prótese, a base tem diâmetro menor e oferece mais projeção aos seios, o que garante um colo bem marcado. Indicado para mulheres quem têm tórax estreito e pouco volume no colo. A melhor indicação para este tipo de prótese são pacientes com seios realmente pequenos. Redonda Superalta: possui formato cônico. Geralmente, é indicada para mulheres que desejam uma projeção maior no colo sem precisar usar sutiã com aros. Redonda perfil baixo: neste caso, a base é menor e a projeção maior. Apesar de preencher e aumentar os seios, não proporciona tanta projeção. Costuma ser recomendada para moçoilas que precisam aumentar os seios para os lados e necessitam de pouco resultado para frente. Anatômica ou gota: possui formato que lembra uma gota, tem como principal função deixar o resultado bastante natural, já que imita o formato dos seios. Para pacientes com muito pouco tecido mamário e em alguns casos de reconstrução, em que foi feita a retirada de toda a glândula, usa-se o perfil anatômico, indicado porque o formato fica mais natural. Oh, dúvida cruel

Veja as perguntas mais comuns e as respostas definitivas sobre a prótese de silicone:

Posso perder a sensibilidade? Isso pode acontecer sim, mas é temporário e se reverte depois de alguns meses (geralmente, após ter finalizado o processo de cicatrização). Vale lembrar que quanto maior a prótese, maior será o risco de alterações da sensibilidade.

A prótese provoca pregas na pele? Não. "E se isso acontecer, é preciso procurar um médico", alerta o Dr. Alexandre Barbosa.

Um impacto muito grande, como uma queda, pode estourar a prótese? Sim, é preciso muito cuidado, principalmente nos primeiros meses. "Caso ocorra uma queda, é imprescindível que a paciente procure um médico", alerta o Dr. Alexandre Barbosa.

Algumas pacientes relatam que sentem mais frio nos seios depois de implantar as próteses – já que o silicone é um material que esfria com facilidade. Isso realmente acontece ou é apenas impressão? Segundo o cirurgião plástico Alexandre Barbosa (SP), isso não pode acontecer, pois como a prótese é implantada, não fica com a temperatura do corpo.

A prótese tem prazo de validade? Atualmente, os implantes são mais seguros e resistentes, porém os médicos trabalham com a média de 15 anos para avaliar a necessidade de realizar uma troca do material.

O implante pela axila é mais dolorido? Isso pode acontecer mesmo, já que a região e o percurso percorrido até a mama são cheios de músculos e nervos.

Uma vez que o silicone aumenta o peso das mamas, há mais probabilidade de ptose? Sim, se a paciente tiver tendência à flacidez. Daí a importância de o cirurgião plástico avaliar corretamente o biotipo da paciente e implantar a prótese no formato e tamanho ideais.

Mulheres siliconadas conseguem usar sutiã de bojo normalmente? Sim, não tem problema nenhum.

A amamentação deforma a prótese? Não, já que ela é, normalmente, posicionada abaixo da glândula mamária (tanto na opção submamária quando na submuscular). A prótese não tem interferência na amamentação.

Elas e suas próteses

Confira a experiência dessas mulheres com o silicone:

"Achava meus seios pequenos e sentia que faltava recheio em algumas blusas, principalmente as do tipo frente única. Além disso, estava cansada de usar sutiãs com enchimento. Na consulta com o cirurgião plástico, pedi que o resultado final ficasse visualmente igual a quando eu vestia um sutiã de água e óleo, que eu tinha e gostava muito. Ele entendeu e escolheu por próteses em forma de gota com 280 ml (para o seio esquerdo) e 260 ml (para o direito). Fiquei extremamente feliz e satisfeita com a escolha e o resultado final. Existem alguns pontos negativos, no meu caso, como ter perdido a sensibilidade em um dos seios, ter ficado com uma pequena prega e sentir incômodo quando uso qualquer sutiã de bojo – ainda bem que eu não preciso mais deles!", Marienne Vidutto, diretora de arte

"Tinha os seios pequenos e ficava bastante insatisfeita quando colocava uma blusa mais decotada e biquíni. Depois de muito conversar com o cirurgião plástico Rodrigo Otávio Carbone, achei que essa seria a melhor forma para elevar a autoestima. Deixei claro para meu cirurgião que gostaria de seios bem volumosos e do colo bem marcado, que aparecem bem no decote. Ele entendeu meu desejo, fez os exames necessários e confirmou que meu corpo aguentaria uma prótese maior. O implante escolhido para cada seio foi o extra alto de 350 ml. Adorei o resultado e hoje abuso das roupas que valorizam bem essa região.", Luana Gomes, estudante de Medicina

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