Saiba se os ácidos são vilões ou mocinhos para tratar a pele

Saiba se os ácidos são vilões ou mocinhos para tratar a pele

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:19

Na contramão do envelhecimento, os ácidos para uso tópico em casa sempre foram indicados no tratamento do envelhecimento cutâneo. E não é de hoje. Os ácidos são usados desde a antiguidade, quando Cleópatra banhava-se com leite coalhado (rico em ácido lático). Desde então, a alta tecnologia colaborou para que novidades surgissem e esses ativos fossem o amigo número 1 de quem quer rejuvenescer, pois os ácidos ajudam na renovação celular, na redução do dano solar, no clareamento e na fabricação de novo colágeno. Sabe-se, inclusive, que peles com pH mais alcalino tendem a envelhecer mais precocemente.

Depois de muitos anos de uso, o ácido é objeto de estudo mais aprofundado. O British Journal of Dermatology acaba de publicar um artigo no qual comprova que o abuso dos ácidos pode provocar o envelhecimento da pele. Isso mesmo. O que antes tratava o fotoenvelhecimento pode, hoje, ser o causador de mais sinais de envelhecimento. 

Dr. Jardis Volpe, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Clínica Volpe (SP) defende, no entanto, que o que pode causar efeito negativo é o excesso. "O estudo comparou o uso de ácidos em três concentrações diferentes, e para nossa surpresa, nos revelou que doses maiores, além de irritar a pele, atrapalham na fabricação de colágeno", comenta. Isso pode mudar a prescrição dos dermatologistas mais antenados com novos estudos. Segundo os pesquisadores, o grande vilão do excesso do ácido é a inflamação gerada, que atrapalha no processo de rejuvenescimento.

Quantidade ideal

Para Volpe não existem doses padrão a serem usadas, e o sinal clínico de excesso é a descamação. "As pessoas têm uma fantasia de que o ácido funciona apenas se deixar a pele descamando. Na verdade, esse estudo prova justamente o contrário, para seu efeito rejuvenescedor, o ácido não deve provocar nenhuma descamação," afirma o médico.

Os ácidos têm diversas funções, dentre elas, esfoliar a pele, reduzir a oleosidade, diminuir os poros dilatados, clarear e rejuvenescer rugas e linhas de expressão. Eles podem ser classificados em três grandes grupos: os alfahidroxiácidos, provenientes de frutas, por exemplo, os betahidroxiácidos, e seu maior representante, o ácido salicílico e os retinóides, derivados da vitamina A, que tem função rejuvenescedora, como é o ácido retinóico. 

Outro mito é que o uso de ácidos deve ficar restrito ao inverno. Na verdade, o que é correto é justamente o contrário, eles são mais difíceis de serem aplicados no inverno, quando a pele se torna mais seca e ocorre mais irritação. "Uma das maneiras de usarmos os ácidos no inverno é baixando ainda mais a concentração." afirma Dr. Volpe. Dependendo do ácido usado e a concentração, eles podem e devem ser usados no verão, sempre com a supervisão do dermatologista. 

O ácido retinóico é mais estudado para rejuvenescimento, pois tem eficácia comprovada e consegue aumentar a produção do colágeno. “Porém, cabem aqui algumas observações, muitos produtos prontos com ácido retinóico são produtos para tratar as espinhas e não têm a finalidade de rejuvenescer”, alerta Dr. Jardis. No caso, a grande dificuldade é o veículo, que acaba ressecando a pele. Uma dica é associar o ácido com algum tipo de hidratante antes da sua aplicação, à base de soja, genisteína, ou usar um ácido com veiculo próprio para rejuvenescimento prescrito pelo dermatologista. 

Outra dica é esperar de 30 a 40 minutos depois de ter lavado a pele para aplicar o produto. "Desta forma, o manto hidrolipídico se refaz e é menor o risco de irritação”, afirma o médico. Muita gente também pensa que acido retinóico causa alergia. “Em geral, ele é irritante, ou seja, se a pele estiver seca ou a quantidade aplicada for muito grande, o ácido pode avermelhar a pele e causar descamação. Nesse caso, a orientação do dermatologista é fundamental para ajudar na adaptação ao tipo de pele de cada um.”

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