Os recentes casos de cirurgias plásticas mal sucedidas têm assustado as mulheres brasileiras. O cirurgião plástico José Teixeira Gama, secretário adjunto da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dá algumas dicas que podem ajudar a evitar que situações assim se repitam.
A primeira providência é se informar sobre o profissional com o qual irá se consultar. Deve-se procurar saber se o médico é especialista no que se pretende fazer, porque, de acordo com orientações do Conselho Federal de Medicina, este não pode exercer a função sem as credenciais, explica Gama. Para obter essa informação, a paciente pode ligar para a SBCP e saber se o profissional é habilitado.
Outra dica importante é verificar se, entre os conhecidos, alguém já se submeteu a algum tipo de cirurgia com aquele profissional. Além desses primeiros passos, a paciente pode se consultar com outros cirurgiões, para escolher o mais adequado. Não ir atrás de propaganda falsa; médicos que dividem a cirurgia em 36 vezes podem estar com algum problema, ensina.
Caso descubra que o especialista não é habilitado, Gama esclarece que a paciente tem direito de denunciar o profissional consultado ao Conselho Regional de Medicina. Caso a denúncia seja confirmada, os responsáveis irão tomar as devidas providências com relação a ele, declara.
Iludidas com a promessa de ter um corpo bonito por meio de uma cirurgia plástica, muitas mulheres acabam não conhecendo os riscos que envolvem o tipo de procedimento a ser feito. Todo ato médico, principalmente cirúrgico, é passível de complicação. Os riscos são os mesmos de qualquer cirurgia. O profissional que informar ao paciente que não há riscos é mentiroso. O cirurgião habilitado realizará os exames pré-operatórios e, caso descubra algum problema, irá cancelar a cirurgia.
De acordo com o médico, alguns destes problemas podem ser pressão alta ou excesso de peso, fato que será encaminhado a um profissional daquela área, que tratará o paciente. Ele alerta: Existe na literatura médica um percentual de complicação que não é culpabilidade do local ou do médico, são coisas que podem acontecer. Naquele momento, o paciente estava bem e em seguida teve problemas e faleceu. Mas o profissional não pode negligenciar os procedimentos de rotina, frisa.
Um importante dado estatístico revelado pelo médico é de que 97% das complicações oriundas das cirurgias plásticas são das que foram realizadas por médicos que não são especialistas. É um volume muito alto, que denigre uma especialidade, enfatiza.
A famosa lipoaspiração e a mastoplastia (inclusão de silicone nas mamas) são as campeãs de cirurgias no Brasil. Em relação à quantidade de gordura que é retirada em uma lipo, o cirurgião esclarece que há um limite máximo por procedimento: entre três e quatro litros de gordura, ou seja, de 5% a 7 % do peso, ou 40 % da área corporal.
Este é um limite estabelecido tanto em quantidade quanto em área. Se a quantidade retirada ultrapassar estes padrões, podem ocorrer complicações metabólicas e a paciente ser submetida à transfusão sanguínea ou ficar por um período na UTI, alerta.
A idade também é um fator a ser visto individualmente. O cirurgião explica que já realizou cirurgias de face em pacientes de 60 anos. Se o indivíduo estiver com a saúde íntegra, não há problema algum. De acordo com a idade, o que se pode modificar é o tipo de anestesia. São cuidados e bom senso que todo médico deve ter.
O profissional devidamente habilitado tem de informar à cliente os riscos que podem ocorrer. E para isto existe um termo de consentimento que deve ser assinado antes da cirurgia. A paciente deve ler e reler o termo, e até levar para um advogado, para se conscientizar de que está fazendo um procedimento médico, não uma banalidade que vai fazer na hora do almoço e voltar para trabalhar, explica.
Além de seguir todas estas dicas, quem deseja garantir um bom resultado no pós-operatório deve obedecer rigorosamente às instruções médicas. Os cuidados se modificam conforme o procedimento e variam de acordo com cada organismo. Há um protocolo pré, trans e pós-operatório. O paciente precisa seguir os conselhos médicos e retornar ao consultório para um acompanhamento. O profissional deve acompanhar a paciente até a alta definitiva. Com isso, todos os problemas são minimizados
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