A importância da avaliação respiratória nas academias

Um esforço intenso pode matar um esportista que sofre de asma induzida pelo exercício. A existência ou não da doença deve ser verificada em exame médico feito antes do ingresso de qualquer pessoa em uma academia. Falta de ar, tosse e chiado no peito associados a atividades físicas, histórico de doenças pulmonares na família, rinite alérgica e obesidade são fatores predisponentes de asma, explica o dr. José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

Mesmo quem ainda não é considerado asmático corre o risco de desenvolver a doença. Alguns apresentam os sintomas apenas depois de praticar determinado esporte ou qualquer atividade física mais intensa. É esse justamente o caso da asma induzida pelo exercício.

Segundo o presidente do Departamento de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Prof. Dr. José Alberto Neder (UNIFESP), o médico responsável pela avaliação física deve ter consciência da importância de analisar tais sintomas. "É algo pouco diagnosticado que pode induzir ao erro no diagnóstico. O atleta acaba sendo avaliado como destreinado, apresenta baixo rendimento e corre sério risco de vida".

Para fumantes, obesos e pessoas com mais de 40 anos, nos quais as chances de adquirir doenças respiratórias são maiores, um exame é especialmente indicado: a espirometria. Avalia a função pulmonar, delimitando os limites físicos da prática de atividade física.

O problema respiratório, apesar de pouco conhecido, deve ser uma preocupação também para os mais jovens, que, em geral, não têm o hábito de cuidar da saúde. "A questão da asma induzida é fundamental no contexto da academia, em que a faixa etária costuma ser mais baixa. Muitos querem parecer saudáveis, mas esquecem que não têm só músculos", afirma dr. Neder.

Se um futuro atleta apresenta um quadro clínico favorável à doença, ele deve ser encaminhado para exames mais detalhados para confirmação do diagnóstico. O tratamento é simples e as atividades físicas podem prosseguir, desde que os limites do organismo sejam respeitados.

Postado por: Claudia Moraes