Ficar horas exposta à luz artificial pode sim gerar sérios danos à saúde! A principal razão para isso é que os humanos evoluíram sem eletricidade durante milhares de gerações. O corpo foi então projetado para estar alerta de dia e dormir à noite, diz George Brainard, diretor do programa de pesquisa de luz do Jefferson Medical College, nos EUA. Portanto, com o excesso de luminosidade, a configuração biológica acaba sofrendo prejuízos.
Assim que escurece, a retina manda para o cérebro um sinal de que a iluminação natural diminuiu. Isso faz com que aumente a produção de melatonina. Esse hormônio avisa seu corpo que chegou a hora de descansar, já que ele tem efeito relaxante e indutor do sono, diz Marcos Santana, supervisor do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à revista SAÚDE. Ao raiar do dia, o processo se inverte e o corpo entende que é a hora de acordar.
Logo, ficar muito exposta à luz artificial faz com que a produção desse hormônio se altere. Como a melatonina também tem efeito antioxidante e impede a formação de tumores, a sua alteração aumenta a incidência do aparecimento de câncer. Não à toa, o câncer de mama, por exemplo, é cinco vezes mais frequente em países industrializados do que em nações emergentes.
Dor de cabeça, depressão e diabetes do tipo 2 também entram na lista de doenças relacionadas à poluição luminosa. A falta de produção de melatonina faz subir os níveis do cortisol, o hormônio do alerta (em geral mais altos por volta das 7 da manhã, quando o corpo mobiliza suas reservas de energia para os afazeres cotidianos). Em decorrência, crescem também as taxas de insulina, o que constitui fator de risco para o aparecimento de diabetes.
Soma-se a eles ainda a insônia, depressão e alteração de humor, já que o relógio biológico também fica desregulado. Por isso, ao chegar em casa, procure manter baixo o nível de luminosidade durante à noite, não durma com a TV ligada e, se precisar ir ao banheiro durante a madrugada, prefira acender lâmpadas vermelhas que emitem menos luminosidade. Seu sono e sua saúde agradecem.
(Com reportagem da revista SAÚDE)
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