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Saúde

A moda brasileira do chá verde

A moda brasileira do chá verde

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Queima de gordura, prevenção de eventos cardiovasculares e retardo do envelhecimento estão entre supostos benefícios da bebida

Há alguns meses, as prateleiras de supermercados e os cardápios de bares e restaurantes incluíram um item diferenciado para os consumidores, o chá verde. Além da quantidade de calorias ser praticamente insignificante, há estudos que mostram que a bebida pode prevenir eventos cardiovasculares e outras doenças, retardar envelhecimento e ajudar no tratamento da obesidade.

O chá verde é rico em polifenóis, substâncias com importante ação antioxidante, que retiram os radicais livres de nosso organismo. Os radicais livres agem danificando o material genético e promovendo destruição e alteração da função celular. "Sabemos hoje que esses agentes estão associados ao envelhecimento e surgimento de doenças como a ateroesclerose e neoplasias. Assim, a ingestão diária de polifenóis, por meio do chá verde, poderia auxiliar no processo de limpeza dessas substâncias tóxicas no organismo", afirma Dra. Cassandra Martins Lopes, endocrinologista.

A bebida, que virou moda no Brasil, também possui manganês, potássio, ácido fólico, vitamina C, vitamina K, vitamina B1 e a vitamina B2. Além dessas substâncias benéficas, o chá verde contém grande quantidade de tanino, que teoricamente faz diminuir as taxas do colesterol ruim (LDL) e favorece a prevenção de doenças cardíacas e circulatórias. Alguns estudos sugerem que o chá verde também é responsável pelo aumento do metabolismo, ajuda no sistema imunitário e melhora no perfil lipídico.

Em 1999, um estudo no American Journal of Clinical Nutrition, demonstrou um aumento de 4% no gasto energético em 24 horas após consumo de extrato de chá verde, o que confere ao chá verde o poder de emagrecimento. Segundo o Dr. Frederico G. Marchisotti, endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA, a cafeína, presente neste tipo de bebida, foi a provável responsável por essa ação.

Em 2007, outra pesquisa realizada na universidade de Berlim, observou um aumento da oxidação de gordura e do gasto energético em voluntários que ingeriram três cápsulas de extrato de chá verde ao dia. "Vale ressaltar que apesar desses estudos sugerirem que o extrato de chá verde tem um efeito na redução de peso por meio do aumento do metabolismo e queima de gorduras, pesquisas adicionais são necessárias para consolidar as informações", informa Dra. Cassandra.

Para obter os benefícios do chá verde sugere-se optar pelos industrializados, que normalmente contêm maior concentração das substâncias consideradas protetoras das doenças cardiovasculares. Se o consumo for por meio de cápsulas, é preciso verificar em cada produto adquirido, ou se for feita em manipulação, o próprio médico especificará a dosagem.

A recomendacão é que o chá verde seja consumido após a refeição para diminuir os efeitos da cafeína sobre a mucosa gástrica. Outra dica importante é adicionar cidreira, hortelã ou erva-doce para suavizar o sabor amargo da planta, sem interferir em seus efeitos terapêuticos.

"Os efeitos colaterais associados ao chá verde são todos àqueles atribuídos à cafeína, ou seja: insônia, hipertensão, enxaqueca, intolerância gástrica, azia, ansiedade e palpitação. Devem evitar o consumo pessoas com problemas no estômago, como gastrite; doenças cardiovasculares e renais (só com permissão médica); com disfunções na tireóide; com insônia; consumidores de anticoagulantes; grávidas ou em fase de amamentação; e que façam tratamentos com medicamentos que contenham ferro, atropina, codeína, efedrina, pseudoefebrina, teofilina, aminofilina e haloperidol." acrescenta Dr. Frederico.

Chá verde e outros chás no Brasil

Chineses e indianos usam o chá verde há pelo menos quatro mil anos, mas só recentemente essa bebida está fazendo a cabeça dos brasileiros. Maior divulgação, por parte da mídia e da indústria de suplementos, de suas propriedades medicinais; assim como uma tendência da população a buscar terapias alternativas coadjuvantes no tratamento da obesidade e prevenção de doenças, são fatores que colaboram para o modismo do chá verde no País.

Camellia sinensis é um arbusto sempre verde, cujas folhas devem ser secas logo após apanhadas, para evitar o processo de oxidação. O chá é classificado em quatro grupos conforme seu grau de oxidação: o chá branco, cujas folhas são jovens e não sofreram oxidação; o chá verde, no qual o processo de oxidação é interrompido por meio da aplicação de vapor; o chá preto, em que essa reação química não é evitada; e por último o oolong, cuja oxidação ocorre numa faixa intermediária entre o chá verde e o preto. As propriedades terapêuticas em relação aos polifenóis são inversamente relacionadas ao grau de oxidação das folhas da planta. Conseqüentemente, enquanto o chá verde e chá branco possuem poderoso efeito antioxidante, o mesmo não ocorre com o oolong e chá preto.

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