O Hospital Pérola Byington, referência em saúde da mulher no Estado de São Paulo, deve encerrar o ano com a realização de 70 abortos legais, fruto de violência sexual.
O número é 49% superior ao de 2008, quando foram registradas 47 interrupções de gravidez. Em uma década e meia de atendimento, o Pérola Byington realizou 750 abortos legais e, segundo Jefferson Drezett, diretor do Núcleo de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência do hospital, sem nenhum risco à saúde da mulher.
Apesar de o número de abortos ter quase dobrado, não se pode afirmar que mais mulheres engravidaram de seus agressores. A explicação para esse crescimento seria o fato de as vítimas estarem mais informadas e o acesso aos serviços médicos, facilitado. Drezzett afirma:
- O porcentual de grávidas por estupro não muda. O índice [de gravidez] varia de 1% a 5% do total de mulheres estupradas em idade reprodutiva.
Com base na literatura médica sobre o tema e em sua experiência na área, Drezett estima que, apenas no Estado de São Paulo, 800 mulheres engravidem todos anos depois de serem forçadas a fazer sexo.
- Muitas delas ainda devem fazer abortos clandestinos.
Assim como os casos de estupro são subnotificados às autoridades policiais, o mesmo ocorre com as gestações. A interrupção da gravidez é garantida desde 1940 pelo Código Penal Brasileiro nos casos de estupro, risco de vida para a mãe e má-formação do bebê incompatível com a vida.
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