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Saúde

Além da cura: medicina tradicional abre espaço para tratamentos complementares

Além da cura: medicina tradicional abre espaço para tratamentos complementares

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Após receber um diagnóstico ruim, como o de câncer, por exemplo, aparecem as fases de recusa, revolta e fúria diante da doença. Além do tratamento pesado com quimioterápicos ou radioterápicos, os pacientes com este prognóstico estão cada vez mais buscando  terapias complementares, como: grupos de apoio a outros pacientes, aulas de arteterapia e fisioterapia para combater os efeitos da perda de sensibilidade em mãos e pés, provocados pelo tratamento da medicina tradicional. "As terapias complementares devem ser todas muito bem dosadas  para não debilitar ainda mais o paciente. São uma extensão vital do tratamento químico e cirúrgico, indispensáveis, em diagnósticos de câncer, por exemplo", explica o geriatra Eduardo Azevedo, adepto da terapia ortomolecular.

O arsenal terapêutico complementar também inclui orientação nutricional e acompanhamento psicológico, quando necessário. É justamente na conjunção dos aspectos biológicos e psicológicos que atuam as terapias complementares, seguindo uma corrente que se intensificou nos últimos anos, especialmente nos EUA. Lá, são 41 universidades com linhas de estudo voltadas a essa nova área que enxerga o tratamento oncológico além do tripé tradicional: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. É um modelo que também tem demonstrado eficácia para minimizar os efeitos colaterais. Versões de programas como estes estão presentes em grandes centros de oncologia norte-americanos como o M.D. Anderson, além de universidades como Duke University, Stanford University, Columbia University, Mayo Clinic e Harvard Medical School.

"O tratamento oncológico pode causar complicações agudas e persistentes. Por isso, o paciente vive à sombra da possibilidade de novas doenças. É para este paciente que as terapias complementares podem ser muito valiosas", explica o médico, diretor da rede de Clínicas Anna Aslan.

Como a ortomolecular pode auxiliar

A prática ortomolecular não é milagrosa e não deve ser entendida apenas como um recurso estético, por exemplo, para emagrecimentos ou melhora da pele e da aparência. "A terapia ortomolecular tem uma aplicação individual, que depende de exames e do histórico médico do paciente. Precisamos conhecer seus vícios, seus hábitos alimentares, dentre muitos outros fatores, antes de propor um tratamento", ressalta o diretor das clínicas Anna Aslan.

Na prática

Câncer: nestes casos, a terapia ortomolecular apóia o tratamento oncológico convencional, é uma terapia complementar. "A reposição de antioxidantes serve para driblar os efeitos da quimioterapia e da radioterapia, atenuando seus efeitos e ainda preservando o restante do organismo, que fica debilitado com a agressividade do tratamento. Nas sessões de quimio e radio há uma alta produção de radicais livres", diz o médico.

Radicais livres e nutrientes

Quando bem aplicada, a terapia ortomolecular - ou biomolecular, como também é conhecida - é uma aliada da saúde. "O princípio que norteia a nossa prática prega a diminuição dos radicais livres - os oxidantes - que o corpo produz naturalmente ao longo da vida, mas que, em excesso, promovem o desequilíbrio químico e estão por trás do envelhecimento celular e de inúmeras doenças", explica Eduardo Gomes.

No Brasil a prática ortomolecular já completou 25 anos, mas o conceito nasceu muito antes. Em 1968, o químico norte-americano, ganhador do Prêmio Nobel por duas vezes, Linus Pauling criou a técnica, baseada na Terapia de Radicais Livres e Envelhecimento, proposta por Denham Harman, pesquisador norte-americano. De lá para cá, muitos estudos mostraram os benefícios do tratamento ortomolecular. A International Society for Free Radical Research promove uma série de simpósios, em todo o mundo, a respeito do tema e tem milhares de cientistas associados.

Faz parte da vida oxidar e antioxidar... "O tempo todo o nosso corpo está produzindo radicais livres. Uma parte é usada pelo próprio corpo para se proteger de invasores que causam as infecções. Outra parte, estima-se que 90% dos radicais livres, fica vagando pelo organismo, provocando a oxidação dos tecidos e modificando o núcleo das células. É como se o tecido celular enferrujasse", explica Eduardo Gomes de Azevedo.

Segundo pesquisas americanas, até os 50 anos, 30% da nossa proteína celular terá sido convertida em lixo oxidativo. Entre os causadores do excesso dessas moléculas estão o tabagismo, a poluição, o estresse, a alimentação inadequada, o esforço físico exagerado e até a exposição a produtos químicos. "Quanto mais uma pessoa fica exposta a esses agentes, maior é a quantidade de radicais livres que ela acumula no corpo e maiores os riscos de ficar doente. Por outro lado, hábitos saudáveis, abandono dos vícios e uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais funcionam como agentes antioxidantes, diminuindo a quantidade de radicais livres", explica Gomes.

Postado por: Felipe Pinheiro

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