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Saúde

Alimentação correta diminui o uso de remédios no tratamento da hiperatividade infantil

Alimentação correta diminui o uso de remédios no tratamento da hiperatividade infantil

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Conhecida na medicina como desordem do déficit de atenção (DDA), a hiperatividade afeta pessoas de todas as idades. Mas são mesmo as crianças as mais atingidas pela doença, com sintomas que variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória, habilidades motoras e instabilidade emocional. Mas o que muita gente ainda desconhece é o fato de o surgimento e agravamento da hiperatividade estar diretamente relacionado à alimentação.

De acordo com Callegaro, autor do livro "Mente Criativa, a aventura do cérebro bem nutrido", o consumo excessivo de alguns alimentos, como carboidratos refinados e aspartame, interferem no funcionamento cerebral, matando as células que fabricam neurotransmissores tranqüilizantes, responsáveis por inibir a excitação produzida pelo neurotransmissor glutamato. Em quantidade desproporcional no cérebro, o glutamato provoca os sintomas da hiperatividade.

"Além disso, o açúcar estimula a proliferação de cândida, um fungo portador de toxinas que bloqueiam a produção de ATP. Essa é a bateria mais usada pelo cérebro para produzir neurotransmissores como o Gaba, cuja função é focalizar a atenção e frear a hiperexcitação psicomotora causadora da hiperatividade",  observa o especialista, acrescentando que tais toxinas intoxicam o pâncreas, diminuindo a capacidade de suas enzimas quebrarem o glúten do trigo, a caseína do leite e as proteínas da soja, elementos que produzem opióides e anfetaminas que geram dependência, excitação e distúrbios de aprendizagem.

Outro elemento que eleva o estresse oxidativo no cérebro, atrapalhando seu funcionamento normal e ocasionando a síndrome, é o ômega 6. Trata-se de um nutriente presente em margarinas, em alimentos ricos em gorduras hidrogenadas e em gorduras animais, como carne vermelha, salmões criados em cativeiro, galinhas e ovos de granja. Além de agravar os problemas de aprendizagem e a excitação afetiva e psicomotora, o ômega 6 também provoca uma depressão do sistema imunológico, facilitando o ataque de vírus que retêm chumbo no cérebro e intensificam o problema.

"Hoje, uma em cada quatro crianças tem acúmulo de chumbo no cérebro. Ele e o mercúrio são retidos também por substâncias produzidas pela soja, pelo chocolate, café instantâneo e, pasmem, pelo famoso espinafre, tido como alimento muito saudável para as crianças", explica o psiquiatra.

Também influencia no agravamento da hiperatividade a exposição aos elementos contaminadores do meio ambiente, como agrotóxicos e metais tóxicos; e corantes artificiais e gorduras trans. Outros vilões são os alimentos que provocam alergia e os que contêm glutamato monossódico, substância presente em mais de cinco mil produtos salgados, como o miojo, o molho shoyu e os caldos para temperos.

É importante ressaltar, no entanto, que não é só a alimentação das crianças que influencia o quadro da hiperatividade infantil: o que as mães comem durante a gravidez e o período de amamentação também faz muita diferença. "As mulheres que desejam ser mães devem fazer o exame mineralograma capilar e testes de urina seis meses antes de engravidar, para identificar e corrigir caso tenham grandes concentrações desses elementos que geram o distúrbio", diz Callegaro, ressaltando que uma boa nutrição evitaria 85% das malformações congênitas responsáveis por problemas neurológicos, como o autismo e a esquizofrenia. Outro cuidado que deve ser tomado é o controle da concentração de fungos no corpo da mãe, já que crianças contaminadas por cândida no parto têm sua imunidade prejudicada e precisam ingerir substâncias antifúngicas por toda a vida.

Mas, felizmente, assim como há alimentos que intensificam a desordem do déficit de atenção, há outros que combatem os sintomas. É o caso de ervas como a valeriana, e da taurina, substância calmante presente no leite materno. Além disso, é recomendável sempre dar preferência aos alimentos naturais e orgânicos, livres de agrotóxicos, corantes e outras substâncias artificiais e altamente prejudiciais ao organismo.

"E nos casos graves de hiperatividade, também é possível lançar mão do uso de remédios por um curto período de tempo. Eles são aplicados no primeiro momento e retirados à medida em que se descobre e trata as causas mais profundas, relacionadas à alimentação, a fatores psicológicos e à falta de exercícios e de descanso suficiente", conclui Juarez Callegaro.

Postado por: Claudia Moraes

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