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Saúde

Ameaça invisível: Ar-condicionado pode causar doenças

Ameaça invisível: Ar-condicionado pode causar doenças

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Ninguém duvida de que um aparelho de ar condicionado proporciona bem estar para quem passa horas confinado em ambientes fechados com altas temperaturas. Mas o que poucos sabem é que o equipamento pode representar uma fonte de problemas sérios para a saúde.

De acordo com alergistas, uma central de ar refrigerado e ventilação, quando mal conservada, pode funcionar como uma estufa para a criação e proliferação de vírus, bactérias, fungos, ácaros e insetos causadores de danos graves ao sistema respiratório. Apesar dos males que pode gerar, como irritação de olhos, nariz e garganta, fadiga, tonturas, dores de cabeça e asma, prejudicando inclusive a produtividade no trabalho, a preocupação com a pureza do ar nas áreas refrigeradas é recente no Brasil.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde cerca de 45% da população mundial sofre de alergias respiratórias, sendo quase a metade das doenças originadas em locais com aparelhos de ar condicionado. No Brasil, pesquisas indicam que em 80% das áreas fechadas das edificações com idade superior a cinco anos o ar está em más condições para ser absorvido pelo organismo humano.

Só após a morte do ministro Sérgio Motta, em 1998, vítima de um processo infeccioso desencadeado por uma bactéria alojada no ar refrigerado do ministério - é que foi aprovada uma portaria que regulamenta a fiscalização e conservação de equipamentos de ar condicionado.

Em vigor desde março de 1999, a portaria 3.523 estabelece uma média de 750 ufes por metro cúbico de ar para locais refrigerados. Caso ultrapassarem esse limite de fungos, estão sujeitos a multas calculadas entre RS 2 mil e R$ 200 mil. Segundo a lei, a manutenção periódica das centrais de ar condicionado, que inclui a substituição de filtros saturados, limpeza interna dos dutos, das bandejas coletoras e das serpentinas é a única forma de manter o ar respirável.

Para o coordenador do curso de refrigeração do Centro Federal de Educação Tecnológica, Péricles Araquan, um dos pontos fundamentais da nova lei é que ela cria obrigações específicas em torno da manutenção dos sistemas de condicionamento de ar. Ele explicou que antes havia o hábito de se fazer o conserto mecânico e a limpeza apenas do aparelho. Agora, as pessoas tomaram consciências de que o importante é a conservação sanitária dos dutos, onde se acumula a maior parcela de sujeira.

Outro aspecto positivo da lei, segundo o técnico, é o de que as empresas especializadas em limpeza de grandes centrais estão desenvolvendo uma série de técnicas e produtos no sentido de garantir a qualidade do ar nos interiores. A atitude é partilhada pelos fabricantes que começam a adequar os aparelhos de ar condicionado às novas exigências, preservando a saúde do consumidor.

Por serem lugares públicos de intensa movimentação como shoppings centers, cinemas, hospitais e metrôs, a questão do ara-condicionado deveria receber maior atenção no quesito qualidade do ar. Nesses locais o nível de poluentes quase sempre está acima do recomendado e a fiscalização quase sempre é insuficiente.

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