De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o brasileiro não se protege adequadamente do sol. Em um país onde há grande incidência de raios solares durante todo o ano, o uso de protetor solar é fundamental durante todas as estações, inclusive no inverno. Para evitar danos na pele no futuro, as crianças devem começar a se proteger desde cedo da radiação solar - mas é preciso cuidados especiais.
Além de ter a pele muito sensível, o bebê ainda não desenvolveu todas as defesas para se proteger do sol. Por isso, o uso de filtro solar é fundamental. Segundo a dermatologista Roberta Bibas, é a partir dos seis meses de vida que o bebê deve começar a usar um filtro solar físico. "Esses protetores não contém nenhuma substância química na sua fórmula - e isso minimiza o risco de irritar a pele sensível e frágil do neném", explica a médica.
Os especialistas aconselham que até os seis meses deve-se utilizar roupas, bonés, sombrinha, entre outros acessórios capazes de conter os raios de sol e que servem como medida protetora. Indicado apenas para bebês após essa idade, os filtros solares escolhidos devem ser os infantis (existem várias marcas no mercado) - porque possuem menor quantidade de substâncias químicas na sua composição.
É preciso, ainda, ter muito cuidado na escolha do produto para proteção solar e de produtos tópicos na pele dos bebês, pois, como a cútis deles é mais fina e sensível do que a do adulto, há maior capacidade de absorção de substâncias. "Deve ser evitado banho muito quente e demorado para não ressecar demasiadamente a pele, utilizando também pouco sabonete e de preferência aqueles com pH neutro. Hidratantes, se necessários, podem ser utilizados apenas em pequena quantidade, evitando contato com genitais e dobras, e, usando, também, apenas aqueles com indicação para bebês (hipoalergênicos) ", explica o dermatologista Wellington Furlani.
Bibas acrescenta também que em um país ensolarado como o Brasil, é preciso passar filtro solar no bebê cada vez que ele sai à rua. "Além disso, a pele delicada dos pequenos exige outros cuidados, como usar sabonete e shampoo neutros, feitos com glicerina". Além disso, segundo a dermatologista, a criança que tem pele atópica, ou seja, bastante ressecada, precisar ganhar uma hidratação com cremes especiais.
E não se deve esquecer, claro, que é preciso evitar o sol no período das 10 às 16 horas, quando é muito mais agressivo para pele.
EM GERAL, BRASILEIRO NÃO SE PROTEGE DO SOL
O brasileiro ainda não se protege adequadamente do sol. Dados da última pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, de dezembro de 2009, apontam que na média nacional, 75% dos homens e 57% das mulheres não se protegem do sol. No Rio de Janeiro, o percentual dos que não tomam os cuidados é de 62%.
Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, feita com maiores de idade em todas as capitais e no Distrito Federal, vem a reafirmar os dados alarmantes: a média nacional ficou em 53%. No Rio, mais da metade, 55%, ignoram a proteção solar.
Na cidade maravilhosa, onde os índices de raios ultravioleta costumam chegar ao extremo, entre os homens, o resultado é ainda mais preocupante: 66% do público masculino não se protege - o segundo maior percentual do país, perdendo apenas para Belo Horizonte. Entre as mulheres, a situação melhora, mas ainda inspira cuidados. A média ficou em 45%.
A cidade mais bem posicionada no ranking das duas pesquisas é Florianópolis, onde mais da metade dos moradores disseram se expor por menos de meia hora ou usando protetor solar ou roupas.
CÂNCER DE PELE
"O uso do filtro solar é uma questão de saúde pública. Todo brasileiro deve se conscientizar que o filtro não é um tratamento estético ou mais uma ferramenta no combate ao envelhecimento. É, sim, uma arma poderosa contra o câncer da pele, que faz milhares de vítimas no país a cada ano", afirma Omar Lupi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
CONSULTORIA: *Dr Wellington Furlani (dermatologista) e *Roberta Bibas (dermatologista)
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