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Saúde

Brasil é pioneiro na cirurgia de diabetes para não-obesos

Brasil é pioneiro na cirurgia de diabetes para não-obesos

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

O Brasil foi o primeiro país a desenvolver uma nova cirurgia metabólica contra o diabetes, empregada em pacientes não-obesos. Foi, também, o precursor no uso desse procedimento em humanos. O médico Ricardo Vitor Cohen, um dos maiores especialistas no assunto, utiliza a técnica da exclusão duodenal em protocolo experimental, aprovado pelo Comitê de Ética do Ministério da Saúde, em 50 pacientes. Em 70% desses casos, o sucesso no controle do índice de diabetes levou à possibilidade de abandono da medicação.

"Isso é inédito no mundo. Pudemos observar a ocorrência do controle do diabetes, ainda que esses pacientes voltem a ganhar peso", afirma. De acordo com o médico, o controle da doença se mantém com a suspensão da insulina e com grande chance do paciente ficar sem medicação alguma.

A técnica da exclusão duodenal parte do princípio de que o diabético tem uma doença intestinal. Na prática, quando o contato da comida com o duodeno é evitado, excluindo-o do trânsito intestinal, é dado um sinal que ativa o pâncreas. O órgão, então, passa a funcionar melhor e a produzir a insulina, substância encontrada em quantidade insuficiente no organismo do paciente diabético.

O médico começou a pesquisa em 2005, por meio de um projeto piloto, com base em dois fatores. Um deles era o resultado de cirurgias com obesos mórbidos, quando pôde verificar que a operação controlava o diabetes, antes de o paciente perder peso significativo. As pesquisas de Cohen também se basearam em um estudo em ratos diabéticos magros, feito pelo médico italiano Francesco Rubino, cuja técnica isola o duodeno da passagem de alimentos.

Ricardo Cohen destaca, ainda, que desde 1955 viu-se que a exclusão do duodeno em alguns procedimentos médicos produzia melhoras para o paciente do diabetes. "São achados médicos, que nem sempre resultam em pesquisas. Partimos dos casos de obesos mórbidos, que também melhoravam os seus níveis de diabetes quando faziam as cirurgias contra a obesidade. Além disso, os experimentos de Francesco Rubino mostram que toda operação de obesidade que exclui o duodeno resolve o diabetes em 90% dos casos. Daí veio a idéia de operar doentes magros, pois a média de IMC (índice de massa corpórea) do diabético no Brasil é 29, muito abaixo da taxa internacionalmente aceita para o obeso mórbido, que é de 35."

Com relação às perspectivas para a cirurgia do diabetes, o médico diz que no momento que esses protocolos começam a ter resultados positivos, começam a ser propostos para entidades internacionais, para que sejam adotados como consenso. Dessa forma, passam a ser replicados junto a especialistas de outros países, como é o caso do Chile, Colômbia, Venezuela e Estados Unidos, onde se verá se os resultados são reprodutíveis.

Postado por: Claudia Moraes

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