Brasileiros extraem menos dentes

Dado foi divulgado pelo Coordenador do Programa de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, na abertura do Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal do 27º CIOSP - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo - que vai até quarta-feira 28 de janeiro, no Anhembi.

O "Programa Brasil Sorridente", também denominado Programa de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, reduziu em 2,5 milhões o número de extrações dentárias desde sua implantação, em 2003. O dado foi apresentado pelo Coordenador do Programa de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, na abertura do Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal, evento que integra o 27º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP).

Segundo demonstrou Gilberto Pucca, levantamento realizado em 20-03 indicava 11 milhões de extrações, uma das mais baratas soluções de problemas dentários, reduzindo-se para 8,5 milhões na última pesquisa.

Professor da Universidade Estadual de Maringá e Mestre em Epidemiologia do Envelhecimento, Pucca explicou que o Brasil Sorridente busca soluções para a baixa cobertura assistencial praticada há décadas no país. "Precisamos focar nos grupos sociais mais vulneráveis", diz.

Este parâmetro explica os mapas apresentados durante o encontro, nos quais a região Nordeste aparece como a segunda em números de iniciativas e instalações públicas voltadas para a saúde bucal. Perde apenas para a Região Sudeste.

De um total de 674 Centros de Especialidades Odontológicas, 251 estão na região. Também é no Nordeste que estão localizadas mais de 50% das 18.700 equipes de saúde bucal, assim como 110 dos 325 Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias espalhados pelo país.

Além do trabalho das equipes de saúde bucal, que atua em parceria com profissionais do Programa Saúde da Família, o Brasil Sorridente é formado por outras frentes de ação. "Também são importantes a fluoretação da água e os Laboratórios de Próteses Dentária".

Levantamento realizado em 2003 apontou que apenas 42% da população brasileira tinham acesso à pasta e escova de dentes, itens básicos para a realização de higiene bucal. Diante, deste fato, Gilberto Pucca disse que "o padrão de saúde bucal indica o nível de exclusão social da população".

"O impacto social e emocional relacionado à falta de dentição deve ser considerado. Imagine um candidato a uma vaga de garçom que não possua um dente. Certamente suas chances de conseguir uma colocação no mercado de trabalho serão mínimas".

Dentro do contexto de discussão de políticas públicas proposto neste evento do 27º CIOSP, ele apontou a entrega permanente de kits de saúde bucal para 40 milhões de pessoa como outra iniciativa do Programa Brasil Sorridente a ser destacada.

"É importante entender que esta é uma ação constante e não um ato isolado. A cada três meses, o cidadão recebe uma nova escova e creme dental. Acredito que este trabalho vai ajudar a diminuir as doenças relacionadas à saúde bucal nos próximos dez anos".