Os destinos mais populares do Nordeste, como Porto Seguro e Salvador (BA), São Luiz (MA) e Maceió (AL), e cidades do litoral paulista estão entre os municípios em situação de alerta ou risco de surto para a doença neste verão. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que pelo menos 58% das 561 cidades brasileiras analisadas estão em uma dessas condições. Em 2010, esse porcentual era de 48%.
Duas das três cidades do litoral paulista em alerta para a dengue em 2011 não estavam nessa situação no último verão. Em São Vicente, na Baixada Santista, o índice de domicílios com criadouros do Aedes aegypti passou de 0,1% para 1,4%. O Guarujá permanece na condição de alerta. Já em Caraguatatuba, no litoral Norte, o índice cresceu de 0,5% para 1,2%.
Dos 284 municípios do Brasil em estado de alerta ou em risco de surto, 161 estão no Nordeste. Porto Seguro, Salvador, Ilhéus e Itabuna, na Bahia, além de Maceió e Maragogi, em Alagoas, e São Luís, no Maranhão, fazem parte dessa categoria.
De acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), feito pelo ministério em parceria com as secretarias municipais, os principais criadouros do mosquito no Norte e no Sul se encontram no lixo. No Nordeste e no Centro-Oeste, em locais de armazenamento de água, como caixas-d'água. Já no Sudeste, o local preferido de proliferação dos mosquitos são utensílios encontrados dentro das casas, como vasos e pneus.
Prevenção
Segundo o especialista em dengue e coordenador da Sociedade Paulista de Infectologia, Rodrigo Angerani, a melhor forma de se proteger da dengue é evitar a proliferação da larva do Aedes aegypti. É importante ficar atento ao local que a pessoa vai passar a maior parte do tempo, como hotel, pousadas e casas de veraneio para eliminar os criadouros, avisa o médico.
Infelizmente o mosquito tem hábitos diurnos e quem busca a praia procura fazer atividades durante o dia. Uma medida adequada seria utilizar roupas que pudessem cobrir a superfície corpórea, mas é muito difícil aderir nesse caso, diz Angerani.
A utilização de repelentes é outra recomendação para evitar a infecção pelo mosquito da dengue. Alguns protetores solares já contêm os dois princípios ativos: para proteger dos raios solares e repelir os mosquitos, indica o especialista. Caso os dois produtos sejam usados separadamente, é indicado que o filtro solar seja passado antes do repelente. O mais importante é cumprir a peridiocidade de cada produto, como indicado na bula, acrescenta.
Em ambientes fechados localizados em áreas de alta infestação, o ideal é utilizar mosqueteiros ou telas nas janelas para diminuir o risco de ser picado.
Sinais da doença
Caso sintomas da dengue apareçam, procure um médico. Dor de cabeça, dor nos olhos e dores pelo corpo [nos grupos musculares e articulações] podem sugerir dengue. Outros sinais podem demonstrar maior gravidade, como dor abdominal, vômito, sangramento e manchas pelo corpo, recomenda Angerani. Beber bastante água pode ajudar na recuperação, principalmente nos primeiros.
Pacientes com dengue podem servir de infecção para outros mosquitos. Não orientamos o isolamento, mas atenção ao local onde essa pessoa esteja se recuperando. O uso do repelente não é necessário se for garantido que o ambiente está livre do mosquito, finaliza o infectologista.
Alerta do ministério
O ministro da Saúde, Alexandre Padinha, afirmou que as cidades em situação de risco devem trabalhar muito para reduzir os índices até janeiro, quando acontecerá a próxima avaliação. Se nada for feito agora, a tendência é ter uma infestação ainda maior, alerta o ministro.
Não precisa tecnologia nem comprar nada para combater a dengue. Temos que desmistificar: são medidas simples que cada família pode fazer, diz o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ao citar a limpeza de caixas de água e o não acúmulo de lixo.
Como o ovo do mosquito sobrevive até 300 dias, o combate deve ser permanente.
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