Cirurgia robótica chega à próstata

A cirurgia robótica na administração do câncer de próstata e de outros tipos de cânceres urológicos, como os de bexiga e rim, é uma realidade nos Estados Unidos. A modalidade já teve sua eficácia comprovada nas mais de 700 cirurgias robóticas conduzidas anualmente pelo Institute of Robotic Surgery. Múltiplos robôs operam no instituto, que se especializou em desenvolver novas técnicas para identificar e prevenir problemas de próstata, urinários e sexuais. O aclamado urologista americano Ashutosh Tewari, especialista em prostatectomia robótica, falará sobre o tema durante o X Congresso Paulista de Urologia, evento que acontece de 4 a 6 de setembro, em São Paulo. A prostatectomia é a retirada total da próstata, comprometida pelo câncer.

Tewari é diretor do Robotic Prostatectomy and Prostate Cancer, pesquisador do New York Presbyterian Hospital e professor de urologia oncológica da Weill Cornell Medical College. Durante o congresso, em São Paulo, apresentará dados compilados sobre os benefícios da cirurgia robótica na administração do câncer de próstata.

"As vantagens da prostatectomia robótica em relação à cirurgia tradicional são menor tamanho da incisão, perda mínima de sangue, redução da sensação de dor, estadia mais curta no hospital e pós-operatório mais rápido, com a pronta recuperação do paciente nas suas funções sexuais e no controle urinário", conta o médico. Um dos piores efeitos colaterais da prostatectomia tradicional é a incontinência urinária no pós-operatório.

Para Tewari, a operação via robótica é menos cansativa, já que o médico fica sentado e não em pé, e também possibilita melhor visualização da anatomia urológica dos pacientes a partir de imagens em 3D. "Cirurgias robóticas guiadas por imagens permitem ao cirurgião identificar nervos ao redor da próstata e ajudam a prevenir estragos nessas estruturas durante a cirurgia de câncer de próstata", explica Tewari.

Embora a cirurgia robótica venha sendo utilizada rotineiramente em centros especializados norte-americanos, ainda são pouquíssimos os cirurgiões capacitados para conduzir esse tipo de procedimento. A falta de urologistas treinados não é o único desafio da adoção maciça da cirurgia robótica em câncer de próstata. Para popularizar esse procedimento, é preciso também superar barreiras financeiras e estimular os cirurgiões a se interessarem pelo assunto.

Postado por: Claudia Moraes