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Conheça os mitos e as verdades da reposição hormonal

Conheça os mitos e as verdades da reposição hormonal

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:19

Pode ou não aumentar o risco de câncer de mama? É ou não um método para prevenir as doenças cardiovasculares? Essas são algumas das perguntas que todas as mulheres se fazem antes mesmo de optar se vai ou não recorrer à reposição hormonal, método cercado de mitos e verdades.

Antes de recorrer a ela, é importante saber que a reposição hormonal, como explica Mauro Haidar, ginecologista e professor da Escola Paulista de Medicina, nada mais é do que a restituição dos hormônios que deixaram de ser produzidos pelos ovários na menopausa. "Ondas de calor podem contribuir com a insônia, a irritabilidade, os ressecamento vaginal e da pele e as dores nas articulações são alguns sintomas", diz Leonardo Tucci, endocrinologista da Clínica Esser.

Com a aplicação de contínua de estrogênio, seja por meio de comprimido, gel ou adesivo, esses efeitos são minimizados ou mesmo banidos. Mas é justamente a partir da aplicação do estrogênio que são criados os mitos em torno do tratamento. E, conforme explica Roberto Calvoso Junior, ginecologista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), não há uma verdade absoluta para cada um deles. "Todos os mitos têm suas verdades, assim como as suas verdades são repletas de mitos", afirma.

Confira alguns mitos e verdades desmistificados por especialistas em reposição hormonal:

Reposição hormonal pode estar relacionada ao câncer de mama?

Verdade, mas depende da faixa etária da mulher. Uma pesquisa do National Institute of Health, dos EUA, relacionou a reposição hormonal ao câncer de mama, mas Roberto explica que essa relação está baseada principalmente na faixa etária da paciente e no início do tratamento: "A metodologia é recomendada para mulheres na transição menopausal e contraindiciada após o décimo ano da menopausa, assim como aquelas que já tenham tido câncer ou tenham algum histórico da doença".

Esse risco é eminente em mulheres acima de 65 anos, conforme aponta Mauro. Em contrapartida, ele afirma que as mudanças fisiológicas causadas pela menopausa na mulher brasileira se iniciam a partir dos 40 anos e os ovários deixam de funcionar aos 49 anos.

Reposição hormonal está relacionada a doenças cardiovasculares?

Verdade, mas somente para mulheres com pré-disposição. A mesma pesquisa norte-americana também apontou que a reposição hormonal contribui com o aumento das doenças cardiovasculares. "O risco só é eminente nas pacientes que já possuem pré-disposição a desenvolver a doença. Por isso, a importância de toda paciente, antes de iniciar o tratamento, fazer os exames que indicam essa pré-disposição", explica Mauro. Nas mulheres que não apresentam pré-disposição, o tratamento, de acordo com Leonardo, pode inclusive ajudar na prevenção dessas doenças.

A reposição hormonal pode causar doenças tromboembólicas? 

Depende. A relação da terapia hormonal aos riscos para doenças tromboembólicas também é controversa. Segundo alguns estudos, a incidência de fenômenos tromboembólicos na pós-menopausa é de 1/10.000 mulheres. Com o uso da terapia hormonal, esta incidência aumenta para 2/10.000 pacientes. Mas, apesar do risco ser pequeno, Calvoso Junior relata que o tratamento é evitado em mulheres com históricos de trombose ou embolia.

Reposição hormonal engorda?

Mito. O ganho de peso não é uma regra. Na maioria dos casos, o acúmulo de gordura na região abdominal "é característico de mulheres na idade da menopausa", relata Roberto. No entanto, por uma questão de bem-estar e qualidade de vida ele recomenda que o tratamento seja realizado com uma dieta balanceada e exercícios físicos.

Reposição hormonal pode causar dores na mama? 

Verdade. Com as doses de hormônio, algumas pacientes podem ter dores na mama. "Essas dores, no entanto, podem ser contornadas com adaptações no tratamento - seja com a diminuição das doses de hormônio ou a troca do medicamento", diz Leonardo, que enfatiza a necessidade do acompanhamento médico contínuo. "De três em três meses no começo do tratamento é importante fazer um acompanhamento bem de perto. Depois, as visitas ao médico podem ser mais espaçadas: uma ou duas vezes por ano", recomenda.

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