As mulheres conquistaram direitos sociais e políticos, chegaram ao topo das grandes empresas, aos postos de comando da administração pública e a importantes cadeiras nas universidades. Contudo, tiveram que mudar radicalmente o estilo de vida, comprometendo o bem-estar e a longevidade.
"Nunca as mulheres estiveram tão expostas ao infarto, doença tradicionalmente masculina", destaca Dr. José Roberto Barreto, que integra a Comissão Organizadora do XV Congresso de Cardiologia de Brasília, que acontece em junho deste ano. De acordo com o especialista, antes da menopausa a incidência de doença coronariana ainda é inferior à observada no homem, mas após esse período torna-se igual e até maior.
Os vilões da história são os hábitos nada saudáveis que vieram no pacote da mudança de status. Entre eles, a Organização Mundial de Saúde destaca três: a má alimentação, o sedentarismo e o tabagismo. "A combinação do consumo de mais de 15 cigarros por dia aliado ao uso de anticoncepcional amplia em 20 vezes o risco de doença cardiovascular", alerta Dr. Barreto.
De Olho no Seu Coração - Um infarto costuma ser construído ao longo dos anos. "Ele é resultante da obstrução coronariana causada pelo excesso de gordura - colesterol e triglicérides - no sangue, adquirida especialmente por hábitos alimentares. As placas de ateromas - camadas de gordura depositadas nas paredes arteriais - impedem que a irrigação sangüínea e o oxigênio cheguem ao coração, ocasionando assim a morte de uma parte do miocárdio", explica. "O quadro piora se a paciente for diabética, tiver antecedentes familiares e sofrer de estresse crônico", complementa.
Por se tratar de um processo silencioso, é fundamental que a partir dos 35 anos, a mulher realize anualmente exames de colesterol e pressão arterial. Além disso, deve saber reconhecer os sintomas do infarto: sensação de aperto no peito - à altura do coração; dor intensa acompanhada por suor frio, náusea, vômito ou vertigem; reflexos da dor nos ombros, braços, mandíbula, costas ou abdome. Contudo, é sempre bom destacar que cada pessoa possui um nível de tolerância à dor e há casos de pacientes que, mesmo infartadas, não procuram imediatamente um pronto-socorro. "No caso do coração, tempo é músculo, ou seja, quanto mais cedo é introduzida a assistência, maiores são as chances de se preservar o órgão e a própria vida", esclarece o cardiologista.
É fundamental repetir que a combinação de uma dieta saudável, aliada à prática de atividade física regular e ao abandono definitivo do cigarro compõem o caminho para se viver muito e bem. Não há dúvidas de que as mulheres deixaram para trás o estigma de sexo frágil, mas uma saúde de ferro é resultado de uma vida levada a sério.
Postado por: Claudia Moraes
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