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Saúde

Depressão pós-parto precisa ser tratada com psicoterapia

Depressão pós-parto precisa ser tratada com psicoterapia

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

Muitas mulheres curtem os nove meses de gravidez com muita intensidade e alegria, compram roupinhas, mamadeiras, móveis para o quarto do bebê, enfim, cada pensamento e ação são voltados para o herdeiro que vai chegar. Mas, depois do período da gestação e após o parto acontecem várias transformações emocionais na mulher: profunda tristeza, mudanças físicas, ansiedade, medo, entre outras. Para muitas mulheres, estes sentimentos vão embora rapidamente; já para outras, no entanto, os sintomas permanecem ainda por um longo tempo, caracterizando-se a depressão pós-parto (DPP), uma condição séria que requer tratamento médico imediato.

Segundo a psicoterapeuta Maura de Albanesi, a depressão pós-parto afeta mulheres de todas as idades, classes sociais e etnias. Qualquer mulher que está grávida, teve bebê nos últimos meses, sofreu aborto ou recentemente parou de amamentar, pode desenvolver o distúrbio. "Eu atendo muitas pessoas com depressão pós-parto. Mas, há muitas outras que sentem os sintomas típicos deste distúrbio e não sabem que se trata de um problema sério e precisa de tratamento imediatamente", diz a psicoterapeuta.

Durante a gravidez, a quantidade dos hormônios estrogênio e progesterona aumentam consideravelmente. Nas primeiras 24 horas após o parto, a quantidade desses hormônios cai rapidamente e continua a baixar até atingir o nível anterior à gravidez. Pesquisadores acreditam que essas mudanças hormonais possam ocasionar a depressão, uma vez que pequenas alterações nos níveis de hormônios podem afetar o humor da mulher antes da menstruação. Uma outra situação que pode causar a depressão é a falta de atenção dada à mulher após o nascimento da criança, isto é, durante a gravidez, todos os mimos e carinhos são voltados para a mãe, depois que o bebê vem ao mundo, entretanto, os olhares dos parentes, amigos e, até mesmo do marido, são para o recém-nascido.

A depressão pós-parto possui características semelhantes de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande, com perda de auto-estima, além da perda de motivação para a vida, podendo até mesmo tentar o suicídio. Já na depressão pós-parto, os sintomas são mais acentuados, uma maior irritabilidade, mudanças bruscas de humor, distúrbio do sono, indisposição, doenças psicossomáticas, tristeza profunda, desinteresse pelas atividades do dia-a-dia, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, chegando ao extremo de pensamento suicidas e homicidas em relação ao bebê.

Tratamento

Além de alguns antidepressivos, a psicoterapia é bastante importante neste momento, pois ela ajuda a trabalhar as razões por estar deprimida, por se achar incapaz de cuidar do bebê, por não conseguir se sentir feliz. A medicação fará o metabolismo cerebral voltar ao normal, mas a paciência é a melhor aliada, pois o tratamento requer tempo. "A depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa só com "pensamento positivo". A pessoa com este problema geralmente está indecisa. Alguém tem que tomar decisões por ela, inclusive para começar o tratamento, para contratar uma babá, uma ajudante, etc. Portanto, o apoio da família é relevante e primordial para a pessoa reagir", completa Maura.

Veja algumas dicas da psicoterapeuta para amenizar o problema:

Descanse quando o bebê estiver dormindo; Pare de colocar pressão sobre si mesma para fazer tudo em um único dia. Faça o que for possível e deixe o resto para amanhã; Peça ajuda para os afazeres domésticos e para cuidar do bebê. Não fique muito tempo sozinha. Saia de casa, faça uma caminhada. Distraia-se! Passe algum tempo sozinha com seu companheiro; Converse com o seu médico sobre o tratamento. Não fique constrangida em falar sobre suas preocupações; Converse com outras mães, de modo que possa aprender com outras experiências.  

Postado por: Claudia Moraes

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