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Dieta e exercícios ajudam a perder peso também após a gravidez

Dieta e exercícios ajudam a perder peso também após a gravidez

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:45

Durante a gestação, o corpo de uma mulher passa por muitas mudanças. A mais visível delas é o aumento da barriga – que resulta, logicamente, também em um ganho de peso. Voltar à forma de antes da gravidez é um desafio que toda mãe encara e não há segredo nem fórmula mágica. Para perder peso depois de um filho, vale a mesma regra do resto da vida: controlar a dieta e fazer exercícios.

“Não há nada muito específico, é alimentação e atividade física”, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo.

“Vale destacar que, enquanto a mulher está amamentando, não pode tomar remédio [para emagrecer]”, completa ele.

Uma mulher com altura de entre 1,55 m e 1,70 m, dentro da média brasileira, costuma ganhar entre 9 kg e 12 kg durante a gestação. Esse peso se deve principalmente ao peso da própria criança, do líquido amniótico (que envolve o bebê no útero), da placenta e do volume de sangue da mãe, que aumenta bastante na gravidez, mas volta ao normal depois do parto.

“A alimentação da gestante tem um teor calórico muito maior”, explica a endocrinologista Cláudia Cozer. Segundo a médica, o consumo de alimentos pode aumentar em cerca de 20% no período e deve voltar ao normal depois do parto.

“Não é o momento propício para fazer dieta. Se houver alguma restrição calórica durante a gravidez, isso altera a nutrição fetal, o que pode ter consequências graves para a criança”, concorda o obstetra Olímpio de Moraes Filho.

Experiência materna

A publicitária Patrícia Bueno, de 39 anos, conhece bem as dificuldades que um parto traz, na prática, para quem quer manter o peso. Ela conta que, desde o nascimento de seu primeiro filho, há 13 anos, nunca mais voltou a ter as medidas de antes.

Nesse primeiro parto, teve complicações. O filho Daniel nasceu prematuro e ela nem conseguiu amamentá-lo. "Acredito que ai foi o que desencadeou engordar e não mais voltar ao peso inicial", conta Patrícia.

Desde então, ela vive acima de seu peso ideal. Três gestações vieram: respectivamente um feto natimorto, um par de gêmeas e o caçula Miguel, hoje com três meses. Em todas, Patrícia recuperou o peso que tinha antes da gravidez, mas jamais voltou ao peso ideal. Ela conta que tem uma alimentação saudável e variada, e que já eliminou os 12 kg que ganhou na última gestação.

Exercícios físicos

Se o consumo de alimentos deve crescer, o exercício físico passa a ser o principal aliado das mães que querem manter a forma durante a gravidez. Há restrições, mas nenhuma proibição.

“Atividades de impacto devem ser diminuídas no primeiro trimestre de gestação, mas ginásticas com menos impacto continuam permitidas, não tem porque suspender”, diz Cozer, que é uma das diretoras da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Nessa lógica, a hidroginástica é a atividade mais recomendada por Moraes, que é presidente da Comissão de Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). O obstetra lembra ainda que a capacidade respiratória é afetada na gravidez, o que influi no exercício físico.

Na prática, Patrícia confirma o que dizem os médicos. "Fiquei um mês sem empregada em casa, então vi na prática que a atividade física emagrece", brincou. Contudo, mostra como é difícil para uma mãe arranjar tempo para ir à academia e cuidar de quatro filhos. "E a licença maternidade termina mês que vem", acrescentou.

Puerpério

No período pós-parto, chamado na medicina de “puerpério”, a dieta começa a voltar ao normal, mas é preciso levar em conta a amamentação. Além da proibição de remédios, há recomendações para que a dieta seja variada, englobando todos os grupos alimentares.

Alimentos como arroz, pão e batata, muitas vezes vistos como "inimigos" de quem quer perder peso, não devem ser cortados. “Na fase de amamentação, não se pode fazer uma restrição muito grande aos carboidratos”, recomenda Cozer.

Segundo a endocrinologista, as alterações hormonais da gravidez também podem entrar em cena. “O que às vezes influencia são alterações na tireoide durante a gravidez e no pós-parto. Vale a pena fazer exames pra acompanhar”, afirma. O hipotireoidismo, que é comum nessa fase, pode ocasionar ganho de peso.

Quanto ao resguardo, o pior momento são os primeiros dez dias. “A mãe nem dorme direito, a adaptação é difícil”, diz Moraes. Quando o parto é normal e sem complicações, em menos de um mês a mulher já se sente em condições de retomar os exercícios físicos. Em caso de cesarianas, o limite máximo é de dois meses. Naturalmente, ela estará fora de forma e levará um tempo até se readaptar, o que é normal.

Depressão pós-parto

Segundo Moraes, entre 10% e 15% das mulheres sofrem de depressão pós-parto. “É mais comum no primeiro filho, mas depende das circunstâncias. Ocorre em mulheres com histórico de depressão, gravidez indesejada ou com pouco apoio familiar”, explica o obstetra.

Nesse caso, o controle do peso deixa de ser prioridade. “Muitas vezes, a mãe não tem ânimo nem pra cuidar do filho”, conta o médico. Dessa forma, fica inviável pensar em exercícios físicos.

Quando isso ocorre, a inatividade não é o único fator que pode influir no peso. “Toda depressão tem uma tendência a uma alimentação mais compulsiva, com seleção pior dos alimentos”, diz Cozer.

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