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Saúde

"Disque-médico" prescreve remédio sem ver paciente

"Disque-médico" prescreve remédio sem ver paciente

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:50

A reportagem testou na quinta-feira (24) o serviço de orientação médica por telefone Dr. Responde, vendido em forma de cupom, com desconto, em um site de compras coletivas desde segunda-feira, conforme a Folha noticiou.

O cupom de R$ 44,50 dá direito a dez ligações, durante um ano. Segundo o Código de Ética do Conselho Federal de Medicina, é vedado ao médico estabelecer vínculo com empresas que comercializam cartões de descontos.

É também proibido prescrever tratamento sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência.

Na ligação, que durou cerca de nove minutos e meio, a médica Glaura Ingrid Neme prescreveu os remédios Floratil e Dramin B6 para queixa de diarreia, depois de ter feito algumas perguntas sobre o problema. Não é preciso ter receita médica para comprar os medicamentos prescritos.

Também recomendou ingestão de líquidos e de bebidas isotônicas. No fim, orientou que, em caso de piora, o paciente deveria procurar um gastroenterologista.

Não foram perguntados detalhes como o peso do paciente, se tem alergias ou se já tinha usado os medicamentos indicados.

Para o clínico-geral do hospital Sírio-Libanês Luis Fernando Penna, é um erro. A pessoa pode achar que já está tratada e os remédios podem mascarar o problema. "Não se investiga a causa."

Renato Azevedo Júnior, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, diz que médico não pode receitar sem exame.

A exceção é a prescrição por telefone de medicamentos que aliviam os sintomas quando o médico já conhece e acompanha o paciente.

No caso de diarreia, as causas podem ser várias. Só o médico, com exame presencial, pode fazer a análise.

"Alerto para que os médicos não prestem esse serviço porque correm o risco de serem punidos."

Já a médica do serviço afirma que só são prescritos medicamentos que aliviam os sintomas. "O serviço é limitado, mas tudo é feito com muita responsabilidade. Em casos graves, digo que não posso atender e pedimos que chame uma ambulância."

Por: Mariana Versolato

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