Doença de Chagas afeta 300 mil pessoas nos EUA, segundo estimativas

  Cerca de 300 mil imigrantes latinos podem ser portadores da doença de Chagas nos Estados Unidos. O mal, associado aos países subdesenvolvidos, chegou ao primeiro mundo com imigrantes latinos que contraíram a doença quando crianças em seus países de origem. A estimativa é de pesquisadores da Divisão de Doenças Parasitárias e Malária do Centro de Controle e Prevenção de doenças dos EUA.  

Como a doença quase não tem sintomas perceptíveis e pode ficar incubada por mais de 30 anos, a maioria dos pacientes só descobre quando começa a ter problemas de coração. A chagas é transmitida de mãe para filho ou em transplantes de órgãos. Ela é contraída pela picada de um inseto contaminado com o parasita Tripanossoma cruzi. Como o besouro vive em casas feitas de barro, ainda comuns em países como a Bolívia e até no Brasil, a prevenção vem da aplicação de inseticidas e melhoramento das condições de moradia.  

Na Bolívia, país mais afetado pela doença, 10% da população está contaminada. Apesar da maioria dos doentes nos EUA ser de origem latina, alguns não são, de acordo com informações do site The Atlantic. Mas o tratamento é relativamente caro e existem apenas duas opções de remédios, são apenas duas drogas e cheias de efeitos colaterais.  

No mundo, 18 milhões de pessoas são portadores do mal. Assim como a malária, Chagas está na categoria de doenças negligenciadas por grandes laboratórios de pesquisa de medicamentos. Como afeta mais os lugares mais pobres, os investimentos em pesquisas não compensariam os lucros com as futuras vendas de remédios. Numa visão otimista, a “subida” para o primeiro mundo poderia, quem sabe, levar a um aumento de pesquisas sobre a doença.