Eles são feios, desconfortáveis, resistentes e podem provocar muitas doenças. Estão em todos os ambientes. No verão, aparecerem sorrateiramente na forma de micoses.
Fugir deles é praticamente impossível. Os fungos "moram" na própria pele, nos animais, no solo e na água. Conviver com esse vegetal é uma atitude involuntária mas que pode ser pacífica. Para que a prevenção seja eficaz é preciso informação, higiene e cuidados.
Embora a doença tenha variações, a pele, as unhas e os órgãos genitais são locais suscetíveis e fáceis de identificar a presença dos fungos. No indivíduo saudável, elas não representam riscos à saúde, mas o tratamento é indispensável: uma simples infecção nas unhas pode causar alterações nas funções dos outros órgãos do corpo e resultar em complicações sérias ao organismo.
Elizabeth Leão, ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, explica que tais vegetais têm peculiaridades que dificultam os tratamentos. É a forma de vida mais resistente do planeta, suportam desde as mais altas temperaturas até mesmo as mais baixas, alerta.
Quando atacam os órgãos genitais, provocam coceira e irritação. A doença não tem preferência de sexo, ataca vítimas de todas as idades e provoca coceira, vermelhidão e irritação da mucosa. Pode ser transmitida sexualmente, mas não deve ser confundida com uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), pontua Elizabeth.
Na pele, o processo é o mesmo. Tanto homens quanto mulheres são atingidos, mas hábitos e idade favorecem alguns tipos, ensina Elaine Marques, dermatologista do Hospital Sírio Libanês.
Tirar a cutícula das unhas eleva as chances de desenvolver micoses nesses locais. Um tipo de micose do corpo chamada pitiríase versicolor (manchas brancas ou castanhas nas costas) prefere adolescentes e jovens que possuem a pele mais oleosa, que é alimento desse tipo de fungo."
Vegetais tropicais
Independentemente do foco atingido, três fatores aliados compõem o cenário perfeito para a proliferação de infecções. O aumento da umidade da pele, o tempo seco e abafado, desencadeiam as micoses. A queratina e a água propiciam ambiente ideal para essas doenças, define Eliane.
Tais coeficientes explicam a incidência dessas doenças nas épocas mais quentes do ano. A incidência das chamadas micoses de verão aumentam em dezembro e janeiro. Isso acontece porque a transpiração é elevada, as pessoas intensificam o contato com a água da piscina e do mar, o que faz com que a pele fique úmida por mais tempo. Essa umidade, aliada ao calor, debilita o organismo e favorece o aparecimento dos fungos.
Além dos fatores externos, o uso de antibióticos para o tratamento de outros problemas de saúde e o estresse - por provocar uma baixa no sistema imunológico - são outros dois gatilhos dessas doenças, ensina a especialista.
Embora provoquem desconforto, as micoses tropicais, quando atacam a pele, são facilmente tratáveis. Cremes, pomadas, loções, shampoos, sprays e esmaltes antifúngicos listam o arsenal que pode ser prescrito pelos médicos. Alguns casos, porém, exigem a combinação de cremes com outros remédios.
O tratamento é simples, mas requer disciplina. Em geral, o tempo mínimo é de 30 dias, porém quando o problema está nas unhas, o tratamento pode levar até um ano explica a dermatologista.
Alguns cuidados devem ser adotados para prevenir o aparecimento das micoses superficiais. A higiene é o primeiro passo, principalmente nas áreas preferidas pelos fungos.
Vale ticar a lista preparada pelos médicos para manter-se longe das doenças:
1 - Não andar descalçado em pisos úmidos ou públicos;
2 - Não compartilhar toalhas;
3 - Procurar não utilizar lava-pés de piscinas e saunas;
4 - Evitar equipamentos profissionais de uso comum (botas, luvas, etc.);
5 - Não colocar roupas e calçados de outras pessoas;
6 - Só usar alicates de cutícula, tesouras e lixas esterilizados;
7 - Evitar meias que não sejam de algodão;
8 - Secar bem as regiões úmidas após o banho ou após o esporte;
9 - Não usar calçados fechados por muito tempo.
10 - Use luvas para realizar serviços domésticos (lavar louça, roupa).
11 - Os sabões e detergentes em excesso diminuem as barreiras de defesa naturais da pele e a umidade facilita aparecimento de micose nas mãos
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