A valorização da carreira, maternidade tardia e terapias de reposição hormonal têm exposto a mulher moderna à maior incidência de câncer de mama. O Dr. Elias Abdo, oncologista da Clínica Oncocenter, de São Paulo, revela que os casos da doença aumentaram 80% nos últimos 20 anos. Segundo o médico, outros fatores como alimentação excessivamente gordurosa e elevado consumo de álcool também favorecem o surgimento deste câncer.
Estatísticas oficiais indicam que, até o final deste ano, mais de 48 mil brasileiras apresentarão câncer de mama 68% delas de etnia branca, de acordo com dados do Projeto Amazona (pesquisa do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer Mama Gbecam). Estima-se que entre 25% e 30% das pacientes de câncer de mama não resistirão à doença.
Dr. Abdo explica que o comportamento da mulher ocidental contemporânea, sobretudo dos grandes centros, despreza os fatores naturais de proteção a esse tipo de câncer. Segundo ele, a maternidade antes dos 35 anos, amamentação e menopausa (última menstruação antes dos 55 anos) elementos protetores tem apresentado incompatibilidade com os anseios dessa nova mulher.
Dr. Elias Abdo revela ainda que outros fatores ambientais como elevada ingestão de alimentos gordurosos, sedentarismo e obesidade favorecem o surgimento do câncer de mama. Mulheres obesas ou com sobrepeso comumente desenvolvem tumores maiores e mais agressivos. Os riscos de metástase e morte também aumentam nesse grupo, complementa Dr. Abdo. O aumento no consumo de álcool é outra razão de preocupação para o oncologista. De acordo com ele, o risco de apresentar a doença aumenta proporcionalmente à quantidade de doses ingeridas.
Tanto a gordura quanto o álcool estimulam a elevação dos níveis de estrógeno presentes no corpo. A partir da menopausa, tecidos mais sensíveis à ação do hormônio apresentam maior suscetibilidade à descontrolada multiplicação celular.
Prevenção
O Dr. Abdo explica que o alto índice de mortalidade decorrente do câncer de mama está ligado a sua detecção e diagnóstico tardio. Dados do Projeto Amazona revelam que 31% dos diagnósticos de tumores referem-se aos estádios 3 e 4, os de maiores dimensões e gravidade. Apesar dos procedimentos de quimioterapia (destinado a 91,3% dos casos), cerca de 40% das pacientes são submetidas à mastectomia. Segundo o oncologista, a identificação precoce da doença é fator fundamental para a diminuição do impacto e óbito das pacientes. Os principais métodos são:
- Auto-exame
Observação em frente ao espelho: Pressione o mamilo suavemente e observe se há a saída de qualquer líquido Palpação em pé: com os dedos estendidos e em pequenos movimentos circulares, faça a palpação cima para baixo. Palpação deitada
- Mamografia
Sinais de alerta
Qualquer caroço ou zonas endurecidas na mama; Qualquer deformação ou alteração no contorno das mamas; Qualquer retração ou desvio do bico de mama; Qualquer ferimento em torno do mamilo ou aréola; Qualquer saliência ou reentrância (afundamento, depressão da pele da mama); Secreção cor de sangue, borra de café ou cristalina; Caroço duro na axila.
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