Doacoes de leite materno não avançou durante os últimos anos. A afirmação vem do coordenador do Programa Ibero Americano de Banco de Leite Humano da Fiocruz, João Aprígio de Almeida.
A rede nacional que possui 216 unidades, premiada pela Organização Mundial de Saúde em 2001, teve seu modelo exportado para 21 países, dá sinais de avanço. Entre os anos de 2009 e 2014, o volume anual de leite doado subiu apenas 9,3%, de 168.508 litros para 185.864 litros. Esse alimento é destinado a bebês recém-nascidos, grande parte prematura e internada em unidades de saúde. Hoje, a quantidade de leite só atende a 60% da demanda das UTIs neonatais do país.
De todo o leite doado, cerca de 30% são perdidos, principalmente pela forma como são feitos o armazenamento e a coleta. Muitas mães utilizam potes com tampas de alumínio, que inviabilizam seu uso posterior, e também é comum o leite ser entregue contaminado por sujeira ou com algum problema decorrente do congelamento. Para João Aprígio de Almeida, falta comunicação.
"Não tenho um canal de interlocução com a população. E preciso dele. Porque a mulher é solidária. Não acho que não queira doar. Ela não sabe qual o processo. Além disso, há profissionais da saúde, entre eles os pediatras, que são pouco engajados. Poderiam ajudar com esclarecimentos e encaminhamentos", diz o coordenador do programa. "O número de bebês beneficiados está crescendo, e o de leite doado mantém a tendência desde 2009", completa Aprigio. O que mostra que as doações não avançaram.
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