Uma das primeiras medidas de quem deseja emagrecer é cortar os carboidratos da alimentação. De fato, funciona para perder pedo. O resultado logo aparece na balança porque carboidratos são fontes de energia e, sem elas, o corpo vai queimar suas reservas. Mas outras consequencias são muito prejudiciais.
Apesar do aparente sucesso, essa estratégia para emagrecer acarreta dois problemas. Primeiro, o emagrecimento não é saudável. Se a quantidade ingerida de carboidrato for muito pequena (como ocorre na dieta da proteína), o corpo entra em gliconeogênese e usa massa magra como fonte de energia, alerta a nutricionista Adriane Antunes de Moraes, professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Além disso, falta de carboidratos pode deixar a pessoa de cara fechada. A nutricionista explica que o nutriente afeta a produção de serotonina, um neurotransmissor capaz de influenciar o humor.
Quando os níveis de serotonina caem de forma abrupta, o mesmo acontece com o humor e com a capacidade de raciocínio, deixando você mais propenso a se entupir de carboidratos e a dormir de modo irregular. A explicação é dada pela nutricionista norte-americana Elizabeth Somer, em seu livro Coma e seja feliz.
Ela afirma que o problema é recorrente entre seus pacientes. Se você se volta para salgadinhos, bolinhos, rosquinhas, mingau, pão, macarrão ou qualquer outro alimento rico em carboidratos quando está se sentindo tenso, nervoso, estressado, rabugento ou cansado, então é provável que você esteja em busca de serotonina, escreve Elizabeth.
Para não ter a produção de serotonina prejudicada, é recomendado não cortar o carboidrato da alimentação. Para uma dieta equilibrada, cerca de 50% a 60% do total de calorias deve vir dos carboidratos, recomenda Adriane.
O princípio das dietas equilibradas está em reduzir as calorias totais, e não apenas aquelas provenientes dos carboidratos. Ou seja, alimentos como a batata podem deixar de ser os vilões da dieta. Os verdadeiros vilões da alimentação são os excessos de calorias (principalmente das chamadas calorias vazias), de lipídios (principalmente dos saturados, trans e de colesterol), de açúcares e de sódio, aponta a nutricionista da Unicamp.
Combustível para o cérebro
A glicose, resultante do metabolismo dos carboidratos simples (açúcar) e dos complexos (amido) é o principal combustível do cérebro, aponta Adriane. Sem ela, a maioria das células sofre carência do nutriente.
Uma alternativa mais interessante é reduzir mais expressivamente a quantidade de gorduras ingeridas na alimentação. A eficácia é similar a das deitas que cortam carboidratos, mas com duas vantagens.
Além da pessoa não ter o humor afetado, ela obtém algumas vantagens para o metabolismo e para a saúde cardiovascular. Dietas com baixa ingestão de gordura melhoram os índices de colesterol ruim, o LDL, mais rapidamente.
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