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Saúde

Fatores emocionais que podem interferir na resposta de gravidez

Fatores emocionais que podem interferir na resposta de gravidez

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Na maioria das vezes, quando um casal busca a gravidez e esta não se dá de forma espontânea, cogitam, quase que automaticamente, os tratamentos de reprodução assistida: coito programado, inseminação artificial... Percebemos que há uma procura incessante por fatores físicos causadores da infertilidade. E os fatores emocionais, que também podem interferir neste processo, uma vez que o homem não é formado de um corpo dissociado da mente, geralmente são deixados em segundo plano.

Na prática clínica, percebemos que existem muitos fatores psicológicos que associados ou não a fatores físicos disfuncionais podem influenciar na resposta de gravidez. Dentre muitos, seguem relacionados os que se evidenciam com mais freqüência:

Ambigüidade frente à maternidade: muitas mulheres acreditam que por alcançarem certa idade devem iniciar a busca pelo filho; entretanto, algumas ainda não se sentem preparadas para isso. Às vezes, têm a maternidade tão idealizada que fica difícil atingi-la, pois nunca se sentem suficientemente boas para exercê-la. Há também casos em que o medo de mudanças na imagem corporal, o medo do parto e o receio de ter uma criança com problemas podem interferir negativamente neste processo; Ambigüidade frente à paternidade: assim como as mulheres, os homens também podem apresentar dificuldades em assumir uma criança, seja por questões relacionadas à idealização desse papel, seja por receio de não conseguir sustentar uma família (função social que ainda nos dias de hoje lhe é atribuída); Dificuldade em assumir o papel de mãe: há mulheres que buscam a maternidade, mas ainda são bastante dependentes dos pais, havendo dificuldade de saírem do papel de ?filhas? para assumirem o de mãe; Falta de espaço para a criança: existem pessoas que decidem engravidar, porém não estão dispostas a abrir mão de nenhuma atividade que realizam para incluir a criança em suas vidas, tornando quase impraticável a chegada do bebê. Em alguns casos, nota-se que existe também a falta de espaço emocional para incluir um terceiro na relação do casal, que nessas situações mostra-se bastante simbiótica, existindo uma possível fantasia de ?separação? com a chegada da criança; Rivalidade com terceiros: há mulheres que passam a desejar um filho justamente no momento em que a irmã, a cunhada ou outra pessoa próxima engravida, sem nunca terem sentido tal desejo até então. Nesses casos, há de se pensar o quanto realmente esse desejo foi despertado em função da proximidade emocional com essa pessoa ou se há algum sentimento de disputa em relação a ela; Desencontro de desejo do casal quanto ao momento de ter um filho: é possível que um dos parceiros ainda não esteja certo de que aquele seja o melhor momento para assumir uma criança. Na maioria das vezes, essa situação gera ressentimento no outro cônjuge, que acredita que ambos precisam estar alinhados quanto ao desejo de ter um filho. Essa é uma questão bastante complexa, pois o desejo de maternidade ou paternidade pode surgir em diferentes momentos para as pessoas e isso não significa falta de amor ou de sintonia entre o casal; Relações disfuncionais: alguns casais decidem ter um filho justamente no momento em que o relacionamento não vai bem, na esperança de encontrarem um ponto em comum que os motive a continuarem juntos. Nesses casos é preciso considerar que a fecundação pode ser mais difícil sem o verdadeiro encontro do casal. E se a criança nascer, as conseqüências desse evento podem não ser positivas. Esses são apenas alguns dos fatores emocionais que podem estar por trás da dificuldade de gravidez. É importante destacar que cada casal tem uma história que deve ser considerada, para assim serem identificados os conteúdos emocionais existentes, passíveis de serem trabalhados para auxiliar na resposta de gravidez e na diminuição da ansiedade.

A psicoterapia é um recurso muito valioso nesse processo, uma vez que seu objetivo, nos casos de infertilidade, é o de trabalhar em parceria com o médico (que cuidará da parte física), visando maior integração corpo-mente e uma postura de enfrentamento saudável frente às tentativas de gravidez.

Postado por: Claudia Moraes

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