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Ferramenta mapeia histórico de saúde

Ferramenta mapeia histórico de saúde

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:19

As relações familiares podem explicar muitas das doenças que afetam as pessoas. Até bem pouco tempo atrás, médicos de família que se preocupavam em entender dinâmicas e relacionamentos entre os parentes tinham grandes dificuldades. Traduzir tudo para os arquivos médicos era uma tarefa confusa (porque é baseada em anotações e desenhos nos prontuários).

Para mudar esse panorama, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram popularizar uma ferramenta bastante utilizada fora do Brasil, o genograma. Apelidados de “álbuns de família”, eles são representações gráficas das famílias feitas por símbolos que mostram não só as relações genéticas, como também de comportamento entre os parentes.

Com o uso da tecnologia, os genogramas viraram ferramentas informatizadas, que dispensam alguns dos maiores complicadores do compartilhamento da informação sobre pacientes: os desenhos. No Brasil, porém, ainda não havia nada disponível em português. Criar esse software se tornou a meta do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da UFMG.

“O uso da internet na vida profissional está cada vez mais difundido e hoje os genogramas, que são usados em muitas práticas médicas, ainda são feitos a mão. O que queríamos era facilitar o uso dessa ferramenta e qualificar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS)”, conta o coordenador do projeto, Edison Corrêa, vice-coordenador do Nescon.

O projeto recebeu recursos do Ministério da Saúde para financiamento das pesquisas e desenvolvimento do software. Agora, Corrêa espera que seu uso seja difundido por hospitais e, especialmente, nos programas de Saúde da Família. A ferramenta, que é gratuita, está disponível no site "Álbum de Família". 

Símbolos

Qualquer pessoa interessada em montar seu próprio “álbum de família” pode se cadastrar no site. Lá, ela encontra um manual que explica como cada genograma deve ser montado. A ideia é criar uma árvore genealógica, mostrando avós, pais e filhos. Entre os símbolos, é possível marcar gravidez, conflitos, relações de afeto, doenças. Ações de prevenção e cuidados podem ser tomadas a partir desse histórico familiar.

“A linguagem que usamos não é médica. Queremos democratizar o acesso dessa ferramenta. O próprio paciente desenhar seu genograma, fazer cruzamentos do histórico de seus parentes, identificar problemas de saúde e levar para o médico”, explica Côrrea. O instrumento, segundo ele, também pode facilitar o trabalho de outros profissionais da área da saúde. Até o momento, mais de 2 mil pessoas já se cadastraram.

O projeto, desenvolvido em parceria com o Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, nasceu para auxiliar os estudantes do curso de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família (CEABSF), oferecido pela Faculdade de Medicina da UFMG.

“Havia a necessidade de os profissionais de saúde compreenderem a concepção de família, suas configurações e formas de organização”, conta.

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