A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica, de etiologia desconhecida. Essa disfunção afeta predominantemente o segmento distal do intestino delgado (íleo terminal) e o segmento proximal do intestino grosso (cólon), entretanto pode afetar qualquer segmento do tubo digestivo, desde a boca até o ânus.
A incidência de Doença de Crohn tem aumentado em nível mundial, sobretudo em países desenvolvidos. O aparecimento de doenças crônicas está relacionado com o estilo de vida, incluído sedentarismo e alimentação.
Os sintomas presentes na maioria dos casos de pessoas com doenças de Crohn são diarreia, febre, dor abdominal, anorexia (perda de apetite), perda de peso, desnutrição, anemia, intolerância alimentares e atraso no crescimento. Entretanto manifestações extraintestinais surgem frequentemente na pele, articulações, olhos e fígado, havendo também um risco maior de desenvolver doença tromboembólica venosa, cálculos biliares, cálculos renais e até osteoporose.
Os doentes com DC, tipicamente, sofrem um período de inflamação intestinal crônica, a fase aguda, seguido pela fase de remissão. Na fase aguda ocorre a perda de peso, deficiência protéico-energética, assim como deficiências específicas em minerais e vitaminas.
Por sua vez, pacientes na fase de remissão, apresentam um estudo nutricional aparentemente normal, associado a uma ausência de sintomas inflamatórios e à cicatrização da mucosa intestinal.
A garantia de uma boa nutrição é um fator importante no tratamento da DC, e ressalta-se que o paciente deve ser acompanhado por um nutricionista para melhor atendê-lo quanto à dietoterapia da doença.
Por sua vez, a dieta recomendada consiste em uma dieta equilibrada focada no aporte energético (hipercalórica), proteico (hiperproteica), de vitaminas e minerais. Não existem alimentos específicos a evitar por todos os pacientes, mas algumas pessoas podem ter desconfortos com determinados alimentos ou intolerâncias alimentares, sendo que nesses casos esses alimentos devem ser evitados.
Alguns desses alimentos são: lactose, sacarose (“açúcar”), glúten, baixa ingestão de frutas e verduras, ingestão de carne vermelha, consumo de álcool, ingestão de ômega 3 e de vitamina D insuficiente.
Diante de algumas sintomatologias específicas o paciente deve tomar alguns cuidados, por exemplo: em quadros de diarreia, a orientação nutricional é que a alimentação seja fracionada em pequenas refeições e que haja uma hidratação adequada 1,5 l a 2 l de água por dia). Alimentos precipitantes devem ser evitados, evitar também uma dieta rica em fibras e gorduras: nozes/sementes, frutas e vegetais crus, ervilhas/feijão, picantes, álcool, chocolate e café. Em casos de diarreia deve-se priorizar sumos de fruta, cereais como arroz e massas brancas, legumes cozidos e frutas sem cascas, proteínas conforme toleradas, como carne branca e peixe.
Outro sintoma comum é a distensão abdominal (abdômen distendido) para diminuir os sintomas deve evitar alimentos picantes, legumes (ervilhas, feijão) e hortaliças como couve, couve-flor, brócolos, bebidas com gás e alimentos que contém sorbitol (corante artificial)
O prognóstico para a doença de Crohn é relativamente favorável. Embora não tenha cura, existe tratamento que atenuam a dor e o constrangimento da doença, em outras palavras, é perfeitamente possível viver uma vida normal, desde que se siga as orientações do nutricionista e do médico.
Juliana Lima
Nutricionista
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