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Saúde

Futebol feminino gera melhor condicionamento físico e motivação

Futebol feminino gera melhor condicionamento físico e motivação

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

Paixão nacional do brasileiro, o esporte tem tudo para ganhar também a preferência das mulheres que querem melhorar a performance cardiovascular e entrar em forma. Acostumadas a buscar atividades aeróbicas, elas podem se beneficiar mais dos dribles, arranques e chutes para ganhar fôlego, trabalhar a musculatura e fortalecer o sistema cardiovascular, ao mesmo tempo que se divertem pra valer. É o que acaba de comprovar um estudo realizado pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, com 100 voluntárias em idade fértil. O trabalho avaliou os be ne fícios obtidos com o futebol em comparação com a corrida.

Em parte do estudo, 65 mulheres saudáveis, mas destreinadas, foram divididas em três grupos - um correu, outro bateu bola e o último não praticou nenhuma das atividades. Após quatro meses de treinos que ocorriam duas vezes por semana, todas foram submetidas a vários testes fisiológicos e psicológicos. Quem jogou futebol apenas de forma recreativa teve praticamente os mesmos ganhos em termos de saúde das corredoras. Mas o empate ficou por aí. As boleiras ainda levaram vantagem nos quesitos trabalho muscular, sobretudo dos membros inferiores, e capacidade de arranque, o sprint, como dizem os esportistas. "A constituição da musculatura e o fortalecimento dos ossos são importantes para a saúde da mulher no processo de envelhecimento", afirma o professor Peter Krustrup, coordenador do trabalho. "E o futebol demonstrou unir de forma mais efetiva os treinamentos aeróbico e de força." Por fim, os pesquisadores escandinavos concluíram que as adeptas da chuteira tendem a permanecer entusiasmadas com as disputas de bola e lances ao gol, praticando o esporte com maior regularidade. "Enquanto as corredoras se motivam mais pela ideia de emagrecer e melhorar a saúde, as jogadoras de futebol se interessam pelo jogo para se divertir e interagir com outras pessoas, o que parece mais motivante", conta Laila Ottesen, que também assinou o estudo. E, no final das contas, essa última tática ajuda a entrar em forma mais do que o pensamento fixo em peso e medidas.

O que a pesquisa dinamarquesa demonstrou já é realidade no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Há quase um ano, a pedido das mães que levavam os filhos para a escolinha de futebol, o clube criou o time master feminino. Devidamente paramentadas, mulheres de 35 a 47 anos deixam o marido em casa ou nas arquibancadas para jogar com as amigas pelo menos duas vezes por semana.

A advogada paulista Maria Célia Hungria de Luca, a Tuca, de 43 anos, foi uma das primeiras a aderir, logo depois da filha, Maria, de 13. "Já corria, mas queria algo que me estimulasse mais, e o futebol faz isso", conta Tuca. "Como via os benefícios e o prazer da minha filha, que leva a bola na mochila para onde vai, resolvi experimentar."

Como o objetivo é aprimorar os fundamentos e se divertir, ninguém tem posição definida dentro do time enquanto sua a camisa. "Procuro alterná-las no ataque e na defesa, mesmo que já tenham alguma habilidade, só para mantê-las motivadas", diz Rodrigo Rocha, treinador do Pinheiros. "Acertar os fundamentos ou uma jogada traz tanta satisfação quanto um gol."

Para começar a praticar futebol, no entanto, é importante tomar alguns cuidados. É fundamental que as sedentárias ou aquelas que estão há pelo menos dois anos paradas façam antes uma visita ao médico. "De acordo com a idade e o histórico de saúde, bastam um exame de sangue básico e um teste de esforço em esteira para detectar algum problema cardíaco", informa Daniel Gentil, fisiologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Além, é claro, da avaliação física. Com o aval dos especialistas de jaleco branco, tenha em mente que a evolução no campo deve ser gradual. "De dois a três meses é o tempo para uma adaptação física segura e também para o aprendizado dos principais fundamentos, como o passe e o cabeceio", calcula Rocha. Como o esporte envolve arranques e deslocamentos laterais, é importante que as mulheres façam paralelamente ao futebol um fortalecimento muscular para evitar lesões, principalmente de joelho e tornozelo, sem contar os alongamentos antes de cada treino. "Durante uma partida, 88% do esforço é trabalho aeróbico, aquele em que o corpo consome muito oxigênio, e 12% anaeróbico de alta intensidade, que exige muito dos músculos da perna", informa o preparador físico Carlos França, da Sociedade Esportiva Palmeiras. Com essas recomendações cumpridas e machismos deixados de lado, reúna o time e mostre que futebol também é coisa de mulher.

Por: Rodrigo Gerhardt

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