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Saúde

Glaucoma, a prevenção é o melhor a fazer

Glaucoma, a prevenção é o melhor a fazer

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

O próximo dia 26 de maio é dedicado ao Combate Nacional ao Glaucoma. A doença é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O problema atinge cerca de 65 milhões de pessoas no planeta e é o motivo de 4,5 milhões de casos de perda total de visão, segundo a Associação Mundial do Glaucoma.

A doença caracteriza-se pelo aumento da pressão intra-ocular com danos no nervo óptico. No Brasil, existe aproximadamente um milhão de portadores do mal e estima-se que outras 900 mil pessoas possuam o problema, porém sem saber.

O Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães vai realizar, no dia 26, ações de prevenção e de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Os pacientes que passarem pela instituição poderão participar, gratuitamente, de uma triagem de pressão intra-ocular e assistir a uma palestra informativa ministrada pelo oftalmologista, Leonardo Tibúrcio.

Especialistas chamam a patologia de doença silenciosa, pois na maioria das vezes os sintomas não são percebidos, fazendo com que as pessoas percam a visão lentamente. O tratamento convencional, feito através de colírios especiais, tem um custo alto e é de difícil adesão. Isso porque o uso do medicamento é preventivo e requer uma terapia de longo prazo. Para se ter uma idéia, o custo de um litro de colírio fica em torno de R$ 40 mil. "Considerando que grande parte dos pacientes usa mais de um tipo de colírio durante toda a vida, é fácil imaginar o quanto o custo impacta no orçamento mensal", observa o oftalmologista Ricardo Guimarães, diretor do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães. Segundo ele, os benefícios do tratamento convencional não são aparentes, uma vez que os medicamentos não tratam os sintomas e podem causar efeitos colaterais locais e sistêmicos. Dessa forma, cerca de 28% a 58% dos pacientes não usam a medicação como necessário. A não adesão aos tratamentos fica em torno de 30% a 40%.

Alternativa a laser

Diante do alto custo dos colírios e da dificuldade em se manter o uso contínuo dos medicamentos prescritos, o Tratamento Seletivo a Laser (SLT) ganha espaço no mercado. A técnica obteve a aprovação do FDA (Food and Drug Administration) dos EUA após três anos de avaliações em milhares de pacientes. Em Minas Gerais, o Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães já utiliza o SLT para o tratamento da doença.

O procedimento a laser, também chamado de Trabeculoplastia Seletiva, funciona através da limpeza do trabeculado - canal por onde é escoado o líquido interno do olho - também responsável pela pressão intra-ocular. Até então, cirurgias ou procedimentos a laser eram adotados somente nos casos tardios, cujo tratamento com os colírios não surtiam mais efeitos. O SLT, entretanto, permite reduzir os riscos de perda da visão numa intervenção considerada rápida e segura.

O tratamento é inofensivo e pode ser feito em praticamente todos os casos de hipertensão ocular e glaucoma de ângulo aberto. A aplicação do laser não leva mais de cinco minutos por olho e o baixo custo da aplicação permite que muitos pacientes possam interromper ou diminuir a quantidade de colírio. "O paciente ganha mais conforto e uma melhor qualidade de vida, além da redução de despesas mensais com medicamentos", observa o oftalmologista. Além disso, o procedimento acaba saindo mais barato em longo prazo e apresenta menos efeitos colaterais que a medicação.

Como ocorre a doença?

Guimarães explica que o glaucoma é uma alteração em que a pressão do líquido que preenche o globo ocular é aumentada de forma anormal acima do que o olho pode tolerar. Quando a pressão intra-ocular é maior do que o normal, eleva consideravelmente o risco de danos à visão. No olho normal, o líquido interno é produzido no corpo ciliar e drenado para fora a uma taxa constante e balanceada. A relação entre a taxa de formação e drenagem do líquido determina a pressão intra-ocular que, quando aumentada, compromete os vasos sangüíneos que nutrem as estruturas visuais do fundo do olho. Na falta de irrigação sangüínea adequada, as células do nervo óptico entram, inicialmente, em sofrimento e, se o problema persistir, as células podem morrer, provocando a perda da visão.

Dos mais de 30 tipos de glaucomas documentados, o mais comum é o glaucoma crônico simples, que atinge de 2% a 4% da população acima dos 40 anos.

Estudos mostram que a população negra está mais suscetível a desenvolver a doença. Segundo Guimarães a doença tem um forte caráter hereditário. Ele explica que a proposta do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é encorajar a população e aqueles que fazem parte de grupos de risco a realizar os exames preventivos. Esses grupos são principalmente os altos míopes, diabéticos, pacientes que tiveram trauma ocular, os que têm histórico da doença na família e os com mais de 40 anos de idade.

O diagnóstico correto deve ser realizado pela medida da pressão intra-ocular, pelo nervo óptico e pela camada de fibras nervosas. Somente o oftalmologista pode realizar os exames de fundo de olho e a medição da pressão. Caso ela seja alta, há fortes indícios de que o paciente possua ou venha a desenvolver o glaucoma.

Postado por: Claudia Moraes

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