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Hanseníase: sintomas, contágio e tratamento

Hanseníase: sintomas, contágio e tratamento

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

A hanseníase é uma doença com muita prevalência no Brasil?

Sim, a hanseníase é um sério problema de saúde pública no Brasil, sendo uma das ações prioritárias do Ministério da Saúde a eliminação da doença. Somos o segundo país do mundo em quantidade de casos, só perdendo para a Índia, e nas Américas tivemos a pior situação nas últimas décadas. Apesar de termos reduzido significativamente o número de pacientes em tratamento nos últimos anos, no Brasil ainda são diagnosticados cerca de quarenta mil novos casos por ano, apresentando em 2008 uma descoberta de 17 casos novos por grupo de 100 mil habitantes. As regiões brasileiras que apresentam uma maior endemia são o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que possuem um número muito elevado de pacientes.

A figura 1 mostra o coeficiente de detecção (casos novos) de hanseníase na população geral por regiões do Brasil no período de 1990 a 2008.

Quais são as causas da hanseníase?

Como em todas as doenças infecciosas, determinadas condições de vida e saúde, como moradia, saneamento básico, padrão nutricional, nível educacional e renda, influenciam, aumentando os riscos de adoecimento. As pessoas que convivem com o paciente que tem a forma contagiosa, sem tratamento, possuem maior risco de adoecimento. Também contribui para a manutenção da endemia em regiões pobres e afastadas a falta de acesso a profissionais de saúde capacitados para o diagnóstico precoce.

Como se contrai a doença?

A transmissão dos bacilos da doença ocorre principalmente pelos bacilos presentes em gotículas de saliva, que são eliminados através da fala de uma pessoa portadora da doença com a forma contagiosa e que não esteja em tratamento. Quando a pessoa adoece, ela pode evoluir para várias formas clínicas, dependendo da condição imunitária do paciente, sendo que, de quatro formas clínicas existentes, duas delas não são contagiosas e duas podem contaminar outras pessoas.

Ela é contagiosa?

Apesar de ser uma doença infectocontagiosa, a maioria da população não precisa se preocupar, pois não vai adoecer ou “pegar” a doença. A hanseníase é uma doença muito antiga e a maioria da população está protegida contra ela, visto que temos uma memória imunológica que geralmente nos protege. Só uma minoria da população que, dependendo de sua imunidade ou que vive em áreas de grande endemia (muitos casos de doentes), pode contrair a doença quando em contato com um doente da forma que transmite e que não esteja em tratamento. Como em outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre fatores individuais do hospedeiro, ambientais e do próprio bacilo da doença.

hanseniase-medicaQuais são os sintomas?

São principalmente alterações de pele persistentes (manchas claras ou escurecidas, caroços) associadas com alterações de sensibilidade no local, podendo haver dor e espessamento dos nervos periféricos, perda de sensibilidade ou da força dos músculos de mãos, pés e olhos ou pálpebras. Nas lesões (manchas ou caroços), pode haver queda ou rarefação de pelos e diminuição da produção de suor. Como as manchas da doença não coçam, doem ou descamam, apresentando no início diminuição ou alteração de sensibilidade, muitos pacientes não se preocupam e demoram a procurar um serviço de saúde.

Em quais regiões do corpo a hanseníase é mais frequente?

As alterações principalmente na pele e nos nervos periféricos podem levar a sérios problemas de incapacidades e/ou deformidades, principalmente das mãos, pés e olhos, podendo até mesmo causar cegueira. Essas lesões geram transtornos físicos e psicológicos que podem levar à diminuição da vida social e à incapacidade para o trabalho. Elas também são responsáveis pela estigmatização e preconceito dos familiares e da sociedade contra os afetados pela hanseníase.

Qual o período de incubação da doença?

Como o bacilo Micobacterium leprae é metabolicamente pobre, o seu período de incubação é longo, variando de dois a sete anos, sendo uma doença de evolução lenta.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito principalmente através de uma análise epidemiológica (análise da história e condições de vida do paciente) e exame clínico das lesões da pele (manchas, caroços, áreas com alteração de sensibilidade, etc.), onde são realizados exames para identificar alterações de sensibilidade térmica, tátil ou dolorosa e avaliação funcional dos nervos. Em determinadas situações, exames complementares como a biópsia da pele ou nervo podem ser solicitados.

Há tratamento? Como ele é feito?

Sim, o tratamento é composto basicamente por antibióticos e anti-inflamatórios. Normalmente o tempo do tratamento dura de seis meses a um ano, dependendo da forma clínica da doença.

O tratamento é distribuído pelo SUS?

Sim, o tratamento está disponível em todas as unidades de saúde que tratam a hanseníase e, como todo medicamento do SUS, é fornecido gratuitamente.

É necessário o isolamento do doente?

Não, o isolamento aconteceu em uma época em que não havia tratamento ou o medicamento usado era pouco efetivo contra a doença. Os novos medicamentos utilizados matam mais de 99,0% dos bacilos na primeira dose, ou seja, não há a menor necessidade de se isolar o paciente. Aliás, essa conduta é contraindicada pelo Ministério da Saúde, pois o portador de hanseníase deve se tratar nas Unidades Básicas de Saúde ou nos Centros de Referência da doença, sem discriminação ou preconceito tanto pelos profissionais de saúde como pela população.

O paciente em tratamento pode contaminar outras pessoas?

Não, isso geralmente não acontece. A doença normalmente só é transmitida por pessoas que possuem uma forma contagiosa da doença sem tratamento.

O que acontece se o paciente não se tratar?

Ele corre sério risco da doença evoluir, provocando sérias lesões principalmente nas mãos, pés e olhos, podendo levá-lo a incapacidades ou deformidades severas que poderão prejudicar a pessoa afetada pelo resto da vida.

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