A Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) diz que vai recorrer à Justiça contra a resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga as empresas do setor a colocar alertas nas propagandas sobre os riscos à saúde do consumo excessivo de alimentos com alta quantidade de açúcar, gordura e sódio.
A associação argumenta que a medida apresenta "impropriedades constitucionais e técnicas. Uma delas, segundo a Abia, é de que alimentos e bebidas não alcoólicas não integram a lista de produtos que devem ter advertência definida pela Constituição Federal - que inclui, tabaco, remédios e agrotóxicos.
De acordo com a instituição, a Anvisa extrapolou suas competências ao editar a resolução, pois a publicidade deve ser regulamentada por força de lei federal. A associação diz que as novas regras são ineficazes, pois não irão inibir o consumo excessivo de alimentos que tragam riscos à saúde, já que o fenômeno "é muito mais reflexo dos hábitos alimentares da população do que da composição dos produtos industrializados.
Com esse ato inócuo e unilateral, a Anvisa compromete, em certa medida, o diálogo estabelecido entre o setor de alimentos e o governo para a busca de ações conjuntas em prol do consumidor e da sociedade.
A nova resolução da Anvisa, publicada na terça-feira (29) prevê que as empresas de alimentos e bebidas, agências de publicidade e veículos de comunicação deverão apresentar alertas nas propagandas sobre os riscos à saúde do consumo excessivo de produtos com grande quantidade de açúcar, gordura saturada ou trans e sódio.
Os fabricantes têm seis meses para se adequar às novas regras. Quem descumprir as exigências sofrerá sanções - desde notificação, interdição a pagamento de multa, que poderá variar de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão.
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