O estudo, feito ao longo de 14 anos, é também um dos primeiros a mostrar como a insônia crônica associada a noites de sono interrompido e monitorado em estudos de laboratório e não somente a partir de questionários e entrevistas se associa a esse risco de morte prematura.
A insônia é um estado em que uma pessoa tem dificuldades de pegar no sono, e quando finalmente dorme, há diversas interrupções no padrão de sono, podendo até mesmo acordar e não dormir novamente. Essa má qualidade do sono é tão ruim que pode impactar o desempenho do indivíduo nos dias seguintes. O problema é crônico quando a insônia é observada constantemente no período de um ano.
Estudos anteriores já haviam feito essa ligação entre insônia e piora na saúde global, mas não se havia investigado a associação com a mortalidade, dizem os autores. "O principal resultado de nossas pesquisas sobre insônia o tipo mais comum de transtorno do sono foi essa associação com a mortalidade", diz Alexandros Vgontzas, principal autor do estudo.
"Esses resultados, diferentemente do que foi apontado por estudos anteriores, vieram da análise de dados que observaram tanto a queixa subjetiva do problema como de indícios fisiológicos colhidos em laboratório", aponta o pesquisador.
Para o estudo foram observados 1.700 indivíduos (mulheres com média de idade de 47 anos e homens de, em média, 50 anos) que responderam questionários sobre seu histórico de sono, fizeram exames físicos e foram convidados a participar de tempos em tempos de algumas noites monitoradas em laboratório, onde a duração e intensidade de seu sono foram gravadas. Os dados colhidos foram ajustados para fatores como idade, raça, nível educacional, índice de massa corpórea (IMC), consumo de álcool, depressão, diabetes e hipertensão.
Os resultados da pesquisa mostraram que ao final do estudo, 14% dos participantes 21% desse número eram homens e 5%, mulheres haviam perdido suas vidas. Entretanto, apenas 4% do total de homens tinha insônia crônica, contra 8% das mulheres. O cruzamento dos dados resultou em um número alto de risco de morte por parte dos insones do sexo masculino: os homens que sofriam de insônia tinham o risco de morte prematura aumentado em 51%.
Condições como diabetes e depressão não mostraram grandes alterações nesse aumento do risco de morte. Outro dado que surpreendeu os pesquisadores foi que essa mesma ligação entre insônia e risco de morte não foi observada entre as mulheres.
"O diagnóstico precoce da insônia e o tratamento adequado pode diminuir os riscos que a população masculina com mais de 30 anos pode estar correndo", diz Vgontzas, que aponta que o risco de morte prematura observado pode também ter relação com o aumento da incidência da diabetes tipo 2, a hipertensão e alguns déficits neurocognitivos observados no grupo dos insones.
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