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Saúde

Jogar bola com os amigos é atividade de risco para o joelho

Jogar bola com os amigos é atividade de risco para o joelho

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:27

No title A pelada no final de semana com os amigos pode ser sagrada para muitos homens. Um momento aguardado para relaxar, tirar o estresse das costas e, por fim, comer um tremoço, beber uma cerveja e discutir futebol. Na maioria das vezes, não é a prática esportiva em si a grande estrela de uma tarde de sábado, mas a confraternização. No entanto, é nesse comportamento que reside o maior perigo, sobretudo para o joelho.

O ortopedista Rene Abdalla, diretor do Instituto do Joelho do HCor, é taxativo ao falar sobre o atleta de fim de semana: "é o pior paciente do mundo. É um paciente eterno". O maior problema do atleta de final de semana é que ele não se cuida. "Ele joga no sábado, fica com dores na segunda, terça, quarta e depois volta a jogar na quinta, por exemplo".

Fernando Tabone, empresário de 46 anos, paga há 10 anos os erros cometidos na hora de jogar com os amigos. Essa é a idade da dor que sente no joelho esquerdo – a do direito é mais recente. "Começou no futebol society, travei o pé na areia e o joelho virou", relembra. O joelho sempre inchava quando ele voltava a jogar. Quando foi procurar o médico, o resultado foi: ruptura parcial de um dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo.

O joelho é uma estrutura complexa. Ele possui oito ligamentos, cada um desses ligamentos tem uma função especifica e, em geral, estão associados à proteção de forças e ao controle de movimentos.

Fernando não foi o primeiro e nem será o último a não dar atenção aos sinais de que algo estava errado. "Normalmente, pessoas que jogam bola no final de semana não vão ao médico. Elas ouvem os amigos, colocam gelo e esperam para ver se melhora", comenta Abdalla.

Um dos principais motivos das lesões, aponta o médico, é o sobrepeso. "É o pior tipo de atleta, é aquele que come um petisco, bebe uma cerveja. Ele não tem orientação alguma, pega qualquer tênis e calção e vai jogar".

O caso de Fernando não exigia uma intervenção cirúrgica, mas era preciso que ele fortalecesse a musculatura do joelho. Só assim iria se recuperar e evitar o inchaço e a dor . A paciência para "puxar ferro" nunca surgiu e o problema se agravou, atingindo o menisco do joelho direito. Provavelmente de tanto forçar a perna boa, ele acabou por lesioná-la.

"Fui no médico e ele me deu um diagnóstico muito alegre: não tem cura", brinca o empresário. Além dos exercícios, o médico receitou um remédio para a recuperação da cartilagem, uma vez que também desenvolveu a condropatia patelar - ou seja, a cartilagem ficou fina demais e isso provoca dores agudas no joelho. Sem contar nos estalos que podem ser ouvidos quando Fernando agacha ou estica a perna. Ele mesmo define os barulhos: "Parece uma porta velha".

Abdalla traz recomendações importantes, que poderiam ter ajudado Fernando. "Faça academia, lá você tem profissionais preparados para dar apoio. Se a pessoa prefere correr, faça isso em um parque, com aqueles grupos grandes, com instrutores que acompanham a equipe. E, por último, se a pessoa fizer uma atividade sem orientação, ela deve procurar o médico antes, para ver se tudo está certo".

Fernando,depois de ver que seu joelho aguentou o tranco durante um trabalho voluntário e não inchou como costumava, ficou animado e está decidido em, finalmente, fortalecer a articulação. Ele ainda quer voltar a jogar bola e não pretende pendurar as chuteiras tão cedo.

Por Rafael Kato

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