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Saúde

O brasileiro e sua mania de rodízios

O brasileiro e sua mania de rodízios

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Alguns já são velhos conhecidos: rodízio de carnes, de pizzas, de sorvetes... Outros são criações mais recentes, como os de comida japonesa, o de foundies e o de petiscos, criado pelos cariocas. Em um grande centro, como São Paulo, é possível encontrar até algumas opções mais incomuns, como o rodízio de comida kasher. "Em comum, todos se apresentam como ofertas atraentes para os olhos e para o bolso, pois por uma quantia razoável, você, literalmente, come tudo o que puder. E nada pode ser mais prejudicial à saúde do que comer em excesso, apenas supondo que os trinta reais do rodízio foram bem empregados", defende a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

Rodízio ou à la carte?

Quando uma das perguntas mais fundamentais da vida moderna pega você sentado à mesa de um restaurante japonês, não há dúvida. Quase ninguém é capaz de trocar o "coma-o-quanto-quiser" pelas porções de seis rolinhos, mesmo sabendo que, no rodízio, os sushis são preparados de forma tão mecânica que desapontariam qualquer sushiman que se preze... Tudo bem, ninguém se importa com detalhes quando se pode comer por quanto tempo o estômago agüentar... "Quando a refeição termina, você devorou algo perto de 350 gramas de carboidratos, 80 gramas de proteína, 50 gramas de gordura e mais de 2.000 calorias. Um total energético muitas vezes superior à recomendação de um dia inteiro", alerta a nutricionista do Citen, Amanda Epifânio.

Além do preço barato, a variedade de itens é sempre um grande atrativo em um restaurante que serve rodízios. A possibilidade de provar um pouco de cada sabor, de tudo que for oferecido, independente da qualidade, gera um consumo alimentar que vai muito além dos conceitos de fome e saciedade. "Nessa modalidade de serviço, os alimentos são servidos em pequenas porções e com intervalos de tempo programados, entre uma porção e outra. Essa prática favorece o consumo excessivo, uma vez que não há a identificação visual do total de alimentos servidos. Em geral, uma pessoa que consumiria três fatias de pizzas em pizzarias tradicionais, é capaz de consumir mais de 10 fatias num rodízio", afirma a nutricionista.

Comer pequenas porções de vários alimentos, em um curto espaço de tempo, gera um comportamento alimentar inadequado, onde as pessoas passam a comer por impulso e não mais por fome e continuam a comer até sentirem-se mal. "Quase sempre o mal estar gástrico é o responsável pela interrupção do consumo alimentar e não a saciedade, que seria o processo natural do corpo humano. Num rodízio, as pessoas deixam de sentir saciedade ou passam a senti-la só quando comem em grande volume, resultando em um óbvio aumento de peso", alerta a endocrinologista Ellen Paiva.

Postado por: Claudia Moraes

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