Pesquisadores da Faculdade de Saúde da Universidade de York, no Canadá, afirmaram que pessoas obesas que não sofrem com pressão, colesterol ou glicemia alta não têm maior risco de morte, quando comparados com indivíduos dentro do peso normal e saudáveis. No entanto, os cientistas ressaltam que somente 5% dos obesos não possuem alterações no organismo que aumentam o perigo de óbito.
Os resultados do estudo podem alterar a forma como os médicos pensam sobre obesidade e saúde, segundo Jennifer Kuk, professora de ciência da saúde que liderou a pesquisa. Isso porque fica claro que a obesidade sozinha não aumenta as chances de óbito, diferentemente de outras patologias como hipertensão ou diabetes, que mesmo isoladas são relacionadas a um alto risco de mortalidade.
“É provável que a maioria dos estudos tenha relatado que a obesidade saudável ainda está relacionada com um maior risco de mortalidade”, disse Kuk.
A pesquisa analisou 54.089 homens e mulheres, separados em diversos grupos, como o de voluntários que tinham apenas obesidade; o de obesos com alterações metabólicas; e os de pessoas com pressão alta, ou glicemia alta, ou alteração de lipídios (colesterol e triglicérides) associada ou não com obesidade.
Os cientistas então observaram quantas pessoas dentro de cada grupo morreram e compararam com o número de óbitos entre a população de peso normal, que não apresenta nenhum fator de risco metabólico. Com os dados foi possível concluir que a obesidade sozinha não aumenta o risco de morte.
Por outro lado, os pesquisadores descobriram que apenas 1 em cada 20 indivíduos com obesidade não apresenta nenhuma anormalidade metabólica.
“A obesidade é determinada somente pelo acúmulo de gordura corporal. Há pessoas com distribuição de gordura corporal boa, que são obesas como um todo, e não têm nenhuma patologia associada, como colesterol alto e pré-diabetes. Mas isso é muito difícil e geralmente depende de onde o excesso de gordura está armazenado no corpo", explica Paola Machado, colunista do VivaBem, mestre em ciências da saúde, doutoranda pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que desenvolve diversos trabalhos científicos sobre obesidade.
"De qualquer forma, estamos mostrando que os indivíduos com obesidade metabolicamente saudável não fazem parte de um grupo com taxa de mortalidade elevada. Descobrimos que uma pessoa com peso normal e sem outros fatores de risco metabólicos tem a mesma probabilidade de morrer do que um obeso sem outros fatores de risco", diz Kuk.
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