Um médico ginecologista se desencanta com a profissão e resolve exercer a medicina em um pequeno hospital em Andorinhas, cidade fictícia no interior do Brasil. Inspirado num programa de rádio, "Obrigado Doutor", que tinha como protagonista Francisco Cuoco, foi o primeiro seriado brasileiro a retratar o cotidiano de um profissional da saúde na década de 1980. Na época, o sanistarista Moacyr Scliar e o psiquiatra Roberto Freire foram os consultores da produção.
Naqueles tempos, o potencial da TV como educadora em assuntos relacionados à saúde ainda não era objeto de pesquisa científica, mas essa foi uma primeira iniciativa para a difusão de informações sobre doenças, ora desmitificando-as, ora apenas retratando dramas da vida real.]
Dez anos depois, outra série, "Mulher", abordou a história de duas médicas, Marta Corrêa (Eva Wilma) e Cristina Brandão (Patrícia Pillar). De olho no público femininao, o cenário era uma clínica especializada no atendimento de mulheres. Questões como gravidez na adolescência, aborto, eutanásia, Síndrome de Down, violência contra as mulheres e câncer de mama, doença enfrentada por uma das personagens, foram os temas eleitos para ilustrar cada capítulo.
A partir de então, os roteiristas das novelas identificaram o papel sócio-educativo das novelas quanto à saúde e passaram a incorporar verdadeiros casos médicos protagonizados por seus personagens. Nascia ali a oportunidade de levar à casa de cada expectador a discussão sobre doenças, seus diagnósticos e tratamentos. E a lógica dessa iniciativa era disponibilizar informação e, com ela, estimular a identificação que poderia levar um comportamento positivo na busca de ajuda especializada.
Postado por: Felipe Pinheiro
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