OMS quer que vacina contra rotavírus seja usada no mundo todo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou, na semana passada, que a vacina contra o rotavírus, uma doença capaz de causar diarréia e a morte de 500 mil crianças por ano, seja ministrada em todas as crianças do mundo.

Mais de 85% dessas mortes são de crianças pobres na África, Ásia e América Latina. O apoio da OMS permite que dinheiro de doações seja usado para a vacina.

As gotas de rotavírus já são rotina para bebês dos Estados Unidos. Sem elas, virtualmente todas as crianças são infectadas aos três anos de idade; a maioria dos casos é leve, mas alguns podem, inesperadamente, se tornar fatais.

Em países com ambulâncias e hospitais, crianças com diarréia viral grave podem ser salvas com fluidos intravenosos, mesmo as não-imunizadas. Já nos países pobres, elas frequentemente morrem.

A recomendação veio depois que testes na América do Sul e Malawi mostraram a eficácia de uma vacina, da GlaxoSmithKline, mesmo em áreas com saneamento ruim, vírus concorrentes, altas taxas de mortalidade infantil e mães portadoras do vírus HIV. Os resultados dos exames de uma vacina rival da Merck, em Bangladesh, Gana, Quênia, Mali e Vietnã são esperados para os próximos meses.

A recomendação "abre o caminho para vacinas capazes de proteger as crianças do mundo em desenvolvimento contra uma das mais mortais doenças enfrentadas", disse o Dr. Tachi Yamada, presidente de saúde global da Fundação Bill & Melinda Gates, responsável por financiar grande parte da pesquisa.

Entretanto, isso não será barato: a vacina custa cerca de vinte dólares. Além do alto custo, os frascos precisam ser refrigerados - uma tarefa nada fácil em lugares onde não existe eletricidade.