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Pesquisa mostra que transplante de córnea é eficiente em crianças

Pesquisa mostra que transplante de córnea é eficiente em crianças

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:53

Uma pesquisa australiana liderada pela Dra. Keryn Williams avaliou o resultado de cirurgias de transplante de córnea – superfície externa e cristalina do olho, que dá foco à luz – em crianças e adolescentes. Normalmente, procedimentos deste tipo são realizados em adultos. A pesquisa acompanhou 640 jovens pacientes entre os anos de 1985 e 2009 e foi divulgada na edição de março da “Ophthalmology”, revista ligada à Academia Americana de Oftalmologia.

A maior taxa de transplante com sucesso foi em adolescentes com ceratocone. Nessa doença, a córnea fica mais fina e podem, eventualmente, assumir um formato cônico, o que faz com que fique impossível ver claramente.

Nos pacientes com entre 13 e 19 anos, 86% das cirurgias foram feitas por conta dessa doença. Dentre eles, 75% passaram a ter uma visão 20/40 – medida usada pelos oftalmologistas na qual 20/20 seria uma visão perfeita – ou melhor (alguns ainda precisaram de óculos, lentes de contato ou cirurgia corretora), e 90% ainda tinham uma córnea saudável dez anos depois.

Entre crianças com entre cinco e 12 anos, o sucesso do transplante variou de acordo com a doença do paciente. De toda forma, os níveis ficaram próximos aos encontrados entre adultos, de acordo com a doença. Em 70% das cirurgias acompanhadas, a córnea ainda se mostrava funcional depois de 22 anos.

Já para crianças com menos de cinco anos, apenas cerca de 50% das cirurgias obtiveram sucesso. Contudo, os pesquisadores acreditam que o número se deve às doenças que essas crianças apresentavam, e não à idade em si. Passados 16 anos do transplante, apenas 40% tinham a córnea funcionando normalmente.

Último recurso

Para Newton Kara José Junior, oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital das Clínicas da USP, ambos em São Paulo, o grande mérito do estudo é mostrar a eficiência em crianças com entre cinco e 12 anos. Segundo ele, a parte mais difícil é o pós-operatório, pois o paciente não pode correr o risco de que algo lhe atinja os olhos – como uma bola, por exemplo –, o que é um complicador no caso das crianças. “Por um lado, melhora a visão; por outro, piora a qualidade de vida”, argumentou.

No caso do ceratocone, o transplante deve ser visto como o último recurso. Na maior parte das vezes, é possível corrigir a visão com óculos e lentes de contato. “O transplante não é uma solução que vá resolver o problema, ele pode criar outros problemas”, ressaltou Junior.

O médico explicou ainda que o ceracotone é a causa mais comum de transplantes como um todo, mas se manifesta normalmente entre 13 e 25 anos. Por isso, as crianças citadas pelo estudo tinham outros problemas, para os quais óculos e lentes de contato não surtem efeito, o que levou à necessidade do transplante.

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