Os avanços nas técnicas de reprodução assistida aumentam, cada vez mais, as chances de um casal conseguir ter filhos. A maior parte dos esforços estava concentrada nos problemas diagnosticados em mulheres. Mas pesquisadores da Escola de Medicina de Yale (EUA) deram um passo importante para os cuidados com a infertilidade masculina. Eles desenvolveram uma nova técnica capaz de selecionar os melhores espermatozoides com base em sua integridade genética, ou seja, aqueles que não apresentem nenhum tipo de deficiência em sua composição. Assim, seria possível escolher o espermatozoide mais apto para a fecundação, aquele com mais chances de formar um embrião. No entanto, não há estimativa de quando esse teste poderá virar rotina nos consultórios. Mas já existem outras formas de avaliar a fertilidade masculina.
Atualmente, ela pode ser medida por um exame chamado espermograma, que se baseia na concentração e na mobilidade de espermatozoides. Para realizar o exame o homem tem de ficar pelo menos 5 dias sem ejacular para não comprometer a quantidade de espermatozoides produzida pelo organismo. Após esse período preparatório, ele deve comparecer a um laboratório e ceder uma amostra de seu sêmen para a análise. A colheita é feita através da masturbação. A análise é simples: aqueles que têm uma grande quantidade de espermatozoides ativos são considerados férteis. Mas este exame não é capaz de verificar possíveis deficiências nos espermatozoides nem a capacidade de fecundação. Por enquanto, só ó óvulo é capaz de identificar, naturalmente, os melhores espermatozoides.
No caso de uma fertilização in vitro, por exemplo, não dá para saber se o esperma utilizado é o mais eficiente. Os cientistas escolhem o espermatozoide que será injetado no óvulo após analisarem sua estrutura. O exame mais comum é o ICSI, que consiste em uma análise telescópica do espermatozoide (aquele que tiver a forma mais adequada é o selecionado). "Esse é um dos primeiros exames feitos quando há suspeita de infertilidade. Mas existem outros mais detalhados que podem ser mais eficientes", diz Emerson Bachi, ginecologista especializado em reprodução assistida, chefe do setor de infertilidade da Universidade do ABC (SP).
De acordo com Bachi, o exame mais completo que há no mercado brasileiro hoje é o FISH. O exame, assim como o desenvolvido pelos pesquisadores americanos, faz uma análise genética do espermatozoide. Com ele é possível estabelecer a porcentagem de espermatozoides íntegros produzidos pelo homem. No entanto, não dá para selecionar apenas os bons e fazer a implantação no óvulo, porque os espermatozoides são submetidos a agentes químicos que inviabilizam sua utilização posterior. Ou seja, os testes existentes fazem uma análise preliminar que determina as possibilidades de utilizar o sêmen do homem, apenas.
"Em alguns casos mais graves, que são raros, quando o homem tem, por exemplo, 80% dos seus espermatozoides fragmentados, eu o aconselho a procurar um doador de sêmen, pois o dele pode não vingar", diz Bachi.
Postado por: Felipe Pinheiro
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