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Saúde

Plástica na infância pode evitar bullying

Plástica na infância pode evitar bullying

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:19

Durante a fase escolar, crianças e adolescentes buscam ser aceitos em seus grupos de afinidade. No entanto, é exatamente nesta época em que pequenos defeitos como orelhas de abano ou lábios leporinos podem ser o motivo de isolamento social. Afinal, mesmo sem perceber, as crianças podem ser maldosas com as outras cujas características sejam diferentes de suas próprias.

Com o avanço da tecnologia e da medicina, alguns procedimentos estão cada vez mais simples e menos invasivos, tornando as cirurgias plásticas corretivas mais simples e acessivas a crianças e adolescentes. No entanto, Walter Poltronieri, professor de Psicologia da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), ressalta a importância do papel dos pais na decisão de se fazer, ou não, uma cirurgia durante a infância. 

Desejo da criança

“Os pais devem analisar se, de fato, existe o fator psicológico na criança, e levar em conta o desejo dela, porque se ela tiver orelhas de abano e se sentir bem com isso, não há razão em submetê-la a uma cirurgia. A partir do momento que aquela atenção indesejada estiver prejudicando a socialização da criança junto aos colegas, aí é o momento de se pensar em alternativas”, explica Walter.

Os sinais dessa exclusão são bem claros: crianças cabisbaixas, com baixa auto-estima e dificuldade de se expressar. Dr. Carlos Alberto Komatsu, cirurgião plástico e presidente da sucursal São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que, depois da cirurgia, a criança muda completamente. “Durante as primeiras consultas, os pais são os mediadores. Mesmo quando as crianças querem passar pela intervenção cirúrgica, elas mal falam, pois se sentem envergonhadas. No pós-operatório, elas são completamente diferentes, mais alegres e espontâneas”, afirma.

O que pode e o que não pode

No que diz respeito aos médicos que realizam tais intervenções, Dr. Carlos é bastante sistemático, e alerta para os maus profissionais que existem no mercado. “Existem casos em que é realmente necessário realizar a cirurgia, e com o acompanhamento e direcionamento adequado, ela fará muito bem à criança. Mas existem procedimentos pelos quais é necessário ter uma idade mínima, porque do contrário, pode prejudicar o desenvolvimento da criança”, alerta. Tais procedimentos só devem ser considerados após o desenvolvimento completo do corpo: em torno dos 16 ou 17 anos para uma plástica no nariz, e, no mínimo, 18 anos para a prótese mamária. 

Por esse motivo, razões puramente estéticas não devem ser requisito para submeter uma criança a uma cirurgia. Corrigir uma orelha de abano é completamente diferente de modificar totalmente a estrutura de um nariz, sendo que o rosto ainda tem muito que mudar. Pela mesma razão, lipoaspiração é algo fora de cogitação em adolescentes.

Para que não haja arrependimentos é preciso listar uma série de coisas que devem ser levadas em consideração antes de se cogitar a cirurgia. “Se a ideia partiu da própria criança, os pais devem ser perguntar o porquê de ela desejar a cirurgia. Agora, se foi por sugestão dos pais, antes de procurar um médico, eles devem se perguntar se o filho realmente quer passar por isso. Só assim o resultado será satisfatório e a recuperação plena”, finaliza Carlos.

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