MENU

Saúde

População latina responde de forma diferente ao tratamento de Hepatite C

População latina responde de forma diferente ao tratamento de Hepatite C

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Muitos estudos internacionais já evidenciaram que raça é um fator determinante para a obtenção de respostas ao tratamento da hepatite C. No entanto, populações como a de origem latina ainda não tinham sido observadas em pesquisas e pouco se sabia sobre esse grupo de pacientes. O The New England Journal of Medicine acaba de publicar o primeiro trabalho nesse sentido, o estudo Latino.

Conhecida por sua miscigenação e pela característica genética peculiar, a população latina apresenta também chances diferentes de resposta ao tratamento da hepatite C. "Estudos com estes pacientes sinalizam um importante problema de saúde pública para ser resolvido nos próximos anos, já que a população latina é hoje a minoria que mais cresce nos Estados Unidos, por exemplo. Além disso, descobrir como uma população se comporta em relação ao tratamento da hepatite C pode auxiliar na otimização da terapia e, com isso, aumentar as chances de cura" explica o infectologista, Rafael Sani Simões.

Pesquisadores de Porto Rico observaram cerca de 500 pacientes infectados com o genótipo 1 do vírus da hepatite C, mais difícil de tratar. Parte deles era de origem latina e a outra, de não-latinos. Por 48 semanas, todos os pacientes foram tratados com interferon peguilado alfa-2a e ribavirina. Após seis meses do final do tratamento, 49% dos não-latinos apresentaram resposta sustentada, considerada cura, contra 34% dos pacientes latinos.

"Em relação aos pacientes brasileiros, outros estudos demonstram que a população também é diferente. Porém, as chances de resposta no genótipo 1 se assemelham mais ao grupo de pacientes não-latinos, ou seja, com melhores respostas" completa Simões.

Os resultados se somam a um número cada vez maior de evidências de que, para cada grupo racial, há diferentes respostas à terapia contra a hepatite C. Sendo assim, quanto mais estudadas forem as interações do vírus com as diversas características das populações, maiores serão as chances de personalização do tratamento e, consequentemente, de cura.

Sobre a doença

A hepatite C, a mais comum infecção crônica veiculada pelo sangue, é transmitida primariamente através do contato com sangue e derivados contaminados. O vírus afeta cronicamente 180 milhões de pessoas em todo o mundo, o que torna a doença quatro vezes mais prevalente que a aids. A hepatite C é uma das principais causas de cirrose, câncer do fígado e insuficiência hepática, embora muitos pacientes possam ser curados da doença.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições