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Publicação aborda a relação entre o cérebro masculino e feminino na aprendizagem

Publicação aborda a relação entre o cérebro masculino e feminino na aprendizagem

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

"Neurociência e Educação" trata a influência dos gêneros na educação e traz sugestões para professores trabalharem melhor essas diferenças em sala de aula

A professora solicita aos 40 alunos para que percorram mentalmente o alfabeto, contando o número de letras que existem curvas, quando impressas em maíuscula, e seus respectivos sons. "Os rapazes apresentaram mais exatidão na tarefa da forma, enquanto as moças realizaram melhor a parte dos sons", observa a bióloga, Marta Pires Relvas, que realizou a experiência durante as aulas.

Embasada por seus 30 anos como educadora e por uma consistente bibliografia científica, ela publica, pela editora WAK, o livro "Neurociência e Educação – potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula".

"Não se trata de incentivarmos a competitividade, o fato é que, por questões neurológicas, o gênero influencia na forma de compreender o mundo", esclarece a autora. Ela ressalta que o foco de sua pesquisa está em apresentar propostas para o estímulo das potencialidades de cada gênero.

O livro aponta diferenças estruturais entre o cérebro masculino e feminino, explicando como isso pode refletir e se interagir na rotina escolar. "Nos homens o lado esquerdo do lóbulo infero-parietal - LIP -, é maior do que no direito. Estudos apontam que o LIP esquerdo está relacionado a percepção do tempo e espaço, assim como, na capacidade de rotação mental de figuras tridimensionais", cita Relvas. Um outro exemplo é apresentado. "Duas áreas nos lobos frontais e temporais, relacionadas à linguagem, são maiores nas mulheres", menciona a autora.

Marta faz uma importante ponderação. "Essas diferenças não implicam em uma relação de superioridade ou inferioridade, isso é uma atitude simplista. É fácil encontrar mulheres que são extraordinárias em matemática e física e homens com excelentes habilidades de linguagem". A bióloga reforça o intuito de sua proposta que sugere um modelo de ensino atento as diversas variáveis relacionadas ao processo de aprendizado.

Seu objetivo não é estimular a disputa, mas sim provocar uma produtiva reflexão sobre a importância de se considerar aspectos emocionais e biológicos, quando se está discutindo a educação. "Quero deixar claro e registrado que não estou praticando um ato excludente, quando desperto o conhecimento de que existem formas diferentes de aprender por parte dos cérebros masculinos e femininos. O meu objetivo é fazer com que sejam repensadas ações pedagógicas, no que diz respeito à compreensão do cérebro humano masculino e feminino", finaliza a autora.

Mais sobre a autora

Marta Pires Relvas é bióloga, Doutora em Teologia Social, Mestre em Psicanálise, Pós graduada em Anatomia Humana, Psicopedagogia Institucional, Especialista em Fisiologia Humana e Bioética, Didática do Ensino Superior.

Ela é autora de "Fundamentos Biológicos da Educação-Despertando a Afetividade e a Inteligência no processo da Aprendizagem", "Neurociência e Transtornos da Aprendizagem - As Múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva" e "Neurociência e Educação - Potencilidades dos Gêneros Humanos na Sala de Aula", todos editados pela WAK.     

Marta é Membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento – SBNeC.

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