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Retenção de líquidos e o peso - O que há de real nesta relação?

Retenção de líquidos e o peso - O que há de real nesta relação?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

As queixas são as mesmas entre algumas mulheres: elas retêm líquidos e por isso não perdem peso; incham mãos e pernas; uma roupa que veste bem pela manhã, fica apertada à tarde; não urinam o suficiente durante o dia e por isso acabam tomando diuréticos.

Mas segundo a endocrinologista diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Cinten), em São Paulo, Ellen Paiva, essas conclusões são equivocadas e as condutas são impróprias. "Nosso corpo é dotado de um sistema de controle muito fino da água corporal, de maneira que o balanço hídrico não se altere muito. O primeiro sinal de alteração é a sede", explica.

Diversas são as formas de o organismo eliminar líquidos. Os rins garantem a eliminação de uma urina mais aquosa e menos concentrada. Ainda eliminamos um volume de água de cerca de um litro através da perspiração, que é a água perdida em forma de vapor quando falamos. Isso sem mencionar a perda pelo suor e a água gasta pelo nosso corpo em suas reações químicas.

Algumas doenças podem alterar e romper esse sistema aparentemente perfeito e causar uma real retenção de líquidos, como a insuficiência renal. Outras podem causar uma movimentação anormal da água corporal em seus espaços, fazendo com que um maior volume de água saia das células e dos vasos sangüíneos, invadindo o espaço extracelular, causando um inchaço relativo, como é o caso da insuficiência cardíaca e das doenças crônicas do fígado. São doenças graves e necessitam de tratamento específico.

O uso de diurético é muito perigoso segundo a médica. "A perda de peso, nestes casos, ocorre às custas de desidratação e a diurese forçada deixa sempre a impressão de que os rins não funcionam bem, quando, na verdade, o que é anormal é o volume de urina eliminando", adverte.

A simples retenção de líquidos não vem acompanhada de nenhum outro sintoma, além da sensação de inchaço. Na mulher, o ciclo menstrual merece destaque na retenção de líquidos, pela amplitude de sua oscilação hormonal durante o mês. "Os hormônios femininos são naturalmente retentores, conferindo à mulher uma maior tendência a apresentar oscilações mensais na água corporal", afirma a endocrinologista.

Essa retenção embebe mamas, abdome e pelve. A retenção fisiológica de líquidos é própria do ciclo menstrual e não pode ser evitada. "O problema cede totalmente após a menstruação. É um quadro cíclico, com retenção que ocorre principalmente nos últimos dez dias do ciclo menstrual, seguida de normalização após a menstruação", esclarece.

A prevenção pode ser feita apenas com a redução do consumo de sal e nunca com o uso de diuréticos como muitas mulheres fazem. "O sal, por seu conteúdo em sódio, é capaz de segurar água nos compartimentos corporais, ou seja, quanto mais sódio, mais água. O uso de anticoncepcionais, que são todos baseados em hormônios femininos ou derivados deles, também pode agravar a retenção de líquidos", destaca.

Gravidez

Além do ciclo menstrual, a gestação é outra condição feminina na qual os níveis de hormônios femininos se elevam muito, propiciando a retenção. É importante desmistificar o que muitas mulheres acreditam ser retenção hídrica e que não passa de redistribuição de água nos compartimentos corporais.

Por exemplo, após o sono noturno, quando ficamos várias horas deitados, há naturalmente uma redistribuição da água corporal que passa para localizações de extremidades como mãos, dificultando o uso dos anéis que normalmente durante o dia servem perfeitamente bem. Por outro lado, ao longo do dia, quando ficamos em pé ou sentadas, há um acúmulo natural nas extremidades inferiores, levando a sinais de inchaço em tornozelos, pernas e pés. Esse fenômeno nada mais é do que redistribuição da água corporal normal sem haver nenhuma retenção.

Postado por: Claudia Moraes

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