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Retirar os ovários diminui expectativa de vida

Retirar os ovários diminui expectativa de vida

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

A retirada dos ovários é uma prática comum em mulheres que se submetem à histerectomina (retirada do útero), cirurgia cada vez mais realizada no Brasil. A retirada dos ovários normalmente tem como principal objetivo impossibilitar que a mulher sofra futuramente com câncer na glândula. Apesar disso, um estudo realizado nos EUA revelou que o procedimento pode diminuir o tempo de vida.

De acordo com a pesquisa, as mulheres sem ovários apresentaram mais chances de sofrer doenças cardíacas do que as que tinham as glândulas, e tiveram maior probabilidade de morrer. Por outro lado, aquelas que têm os ovários removidos desenvolveram menos câncer de mama e eliminaram quase inteiramente o risco de câncer ovariano dentro de um acompanhamento de 24 anos.

O principal autor do levantamento, William H. Parker, do Instituto de Câncer John Wayne, em Santa Monica, na Califórnia, disse que essa descoberta é contrária a 35 anos de ensinamentos em ginecologia. "Este estudo mostra que você tem mais chances de morrer se retirar os ovários, a menos que você esteja num grupo de mulheres com um histórico familiar que indique alto risco para câncer ovariano ou de mama", declarou.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de ovário é o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado. Dados mostram que 3/4 dos tumores malignos de ovário apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico inicial. É o câncer ginecológico de maior letalidade, embora seja menos frequente que o câncer de colo do útero.

Na pesquisa de Parker, das 13.035 mulheres pesquisadas que mantiveram o ovário depois da histerectomina, apenas 34 mulheres morreram de câncer ovariano durante o período de acompanhamento. "Doenças cardíacas matam mais de 20 vezes esse número de mulheres a cada ano", disse ele.

As novas descobertas foram divulgadas na edição de maio da revista científica "Obstetrics & Gynecology". A análise de dados de 29.389 mulheres (16.345 passaram por uma histerectomia com ambos os ovários removidos, e 13.035 foram operadas, mas mantiveram seus ovários) foi feita pelo Estudo de Saúde das Enfermeiras (Nurses' Health Study).

Postado por: Felipe Pinheiro

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