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Saiba como diferenciar a coqueluche de outras doenças respiratórias

Saiba como diferenciar a coqueluche de outras doenças respiratórias

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:29

A febre costuma ser interpretada como um dos sintomas mais comuns de uma doença. Por isso, boa parte das famílias guarda sempre um termômetro na "farmacinha" caseira para medir a temperatura da garotada. Entretanto, nem todas as doenças infecciosas produzem febre alta. É o caso da coqueluche, cujas características marcantes são os acessos de tosse e guinchos. No começo, a popular "tosse comprida" pode ser confundida com outras doenças respiratórias porque seus sintomas clássicos não se manifestam.

A coqueluche pode acometer as pessoas mais de uma vez na vida, ao contrário das doenças consideradas típicas da infância. Nem os vacinados escapam desta possibilidade. E as maiores vítimas são as crianças abaixo de um ano de vida, que ainda não completaram o esquema primário de vacinação.

Entre janeiro e agosto de 2009, o Estado de São Paulo notificou 70 casos de coqueluche, dos quais 51 em menores de um ano. Mais da metade dos casos (36) foram de bebês com até dois meses e 19% (13) de crianças entre três e seis meses de idade. "Por terem as vias aéreas de menor calibre e o sistema imunológico imaturo, os bebês têm mais chances de desenvolver complicações", afirma o médico Renato Kfouri, da direção da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).

As complicações, como pneumonia e insuficiência respiratória, são motivos frequentes de hospitalização, podendo inclusive causar paradas respiratórias, capazes de deixar seqüelas mentais e motoras por causa da falta de oxigenação do cérebro.

Sintomas

Ao provocar tosse e coriza, a coqueluche no começo se assemelha ao resfriado. Na segunda ou terceira semana, o quadro sofre uma alteração: a tosse fica mais intensa e característica. "Na coqueluche, a tosse vem em acessos, às vezes, seguida de guinchos. A criança pode até ficar roxa", explica o infectologista pediatra Aroldo Prohmann de Carvalho, professor-adjunto de Pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).

Membro do Conselho Científico do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Aroldo Prohmann de Carvalho afirma que, ao contrário da gripe, a febre decorrente da coqueluche geralmente é baixa. Os pais devem ficar atentos também ao estado geral da criança. "Entre os acessos de tosse da coqueluche, o doente fica bem. Já a criança gripada apresenta problemas constantes, como febre, dor no corpo e dor de garganta", ensina o pediatra.

Outro diferencial é a secreção espessa e de cor esbranquiçada expelida pela criança em abundância. "A bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença, produz uma toxina que age sobre as células do aparelho respiratório da criança não vacinada, provocando esta secreção", explica Renato Kfouri.

Transmissão

A partir da idade escolar, a coqueluche geralmente se manifesta de forma atípica. O doente muitas vezes tem apenas tosse prolongada, que é confundida com doenças respiratórias mais leves. Como não sabe que está com coqueluche, ele acaba transmitindo a doença para as crianças, que ainda não tomaram a vacina ou foram parcialmente imunizadas.

Estudo realizado em 2008 por oito hospitais e centros de pesquisas dos Estados Unidos, do Canadá e da França, envolvendo 95 crianças e 404 parentes, amigos e babás, demonstrou que até 83% dos responsáveis pela contaminação de bebês menores de seis meses por coqueluche eram seus próprios familiares: os pais (55%), irmãos (16%), tios (10%), amigos e primos (10%), avós (6%) e babás (2%). O trabalho foi publicado no The Pediatric Infectious Diseases Journal, periódico oficial das sociedades européia e norte-americana de Doenças Infecciosas Pediátricas.

Esses números sinalizam a importância de crianças maiores, adolescentes e adultos, que convivem com as crianças pequenas, receberem as doses de reforço da vacina, para que se mantenham imunes à infecção.

As vacinas contra coqueluche, tétano, difteria e poliomielite devem ser dadas em três doses nos primeiros dois, quatro e seis meses de vida do bebê. O primeiro reforço é indicado a partir de 15 meses. Para prolongar a duração da imunidade contra coqueluche, tétano, difteria e poliomielite, o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam o segundo reforço entre os 4 e 6 anos.

"Infelizmente, alguns estudos apontam que a cobertura vacinal nas crianças em idade pré-escolar é menor do que nos primeiros anos de vida, mesmo entre as famílias de alta renda", afirma Lucia Bricks, Doutora em Medicina pela USP e diretora médica da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis.

Vacina

A Sanofi Pasteur disponibiliza no Brasil a única vacina combinada capaz de oferecer, com uma só dose, o segundo reforço adequado contra difteria, tétano, coqueluche e poliomielite para crianças de cinco a 13 anos. É a vacina conhecida internacionalmente como Tetraxim

Desenvolvida com tecnologia de ponta, esta vacina já vem pronta para uso - 100% líquida na seringa, o que facilita a administração. Por proteger contra mais de uma doença, simplifica o esquema de imunização e estimula os pais a seguirem corretamente o calendário determinado pelos médicos.

Graças a uma sofisticada técnica de purificação, o componente contra coqueluche de sua formulação é acelular: tem apenas os fragmentos da Bordetella pertussis, que estimulam a produção de anticorpos. Alguns elementos geradores das reações adversas são descartados.

"Como a vacina utilizada na rede pública é composta por células inteiras e só pode ser administrada em crianças com menos de 7 anos, esta vacina seria uma excelente opção para se evitar a coqueluche em escolares, que não receberam a dose de reforço na data apropriada", declara Lucia Bricks.

Por ser formulada com vírus inativados (mortos) da poliomielite, ela também induz altos títulos de anticorpos contra os três vírus da doença, possivelmente propiciando proteção mais prolongada em comparação com a vacina oral.

A pediatra Lucia Bricks esclarece que, assim como ocorre com outras vacinas, há uma queda dos títulos de anticorpos contra o poliovírus com o passar do tempo. Por isso, as crianças com o esquema de incompleto de vacinação ficam vulneráveis à doença. "Enquanto a poliomielite não for erradicada no mundo, as pessoas suscetíveis correm o risco de contrair a doença, mesmo na idade adulta", diz a médica.

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