Um novo sistema de identificação universal de bolsas de sangue será implementado no Sistema Único de Saúde (SUS). Até o final de 2012, o Ministério da Saúde pretende classificar as 4 milhões de bolsas de sangue coletadas anualmente em hemocentros públicos nacionais pelo padrão ISBT 128. Utilizado em grande parte da Europa, nos Estados Unidos e Japão, por exemplo, a classificação tornará mais segura as transfusões sanguíneas e padronizará a identificação do material biológico.
O padrão ISBT 128 é definido como o RG (registro de identidade) da bolsa de sangue, diz Silvano Wendel, presidente da International Society os Blood Transfusion (ISBT), entidade que desenvolveu a técnica. É um processo de padronização e rastreabilidade da informação, completa Wendel, que também é diretor médico do Banco de Sangue do Instituto de Hemoterapia do Hospital Sírio-Libanês.
Pelo novo sistema, todas as bolsas sanguíneas receberão uma etiqueta e um código de barras contendo informações sobre o material biológico, como país, data e local em que o sangue foi colhido, exames pelo qual o material foi submetido, validade, classificação e descrição do produto.
A padronização eleva a segurança no processo de distribuição, descarte e transfusões, afirma o médico Guilherme Genovez, à frente da Coordenadoria Nacional de Sangue e Hemoderivados do ministério. Segundo Genovez, os 14 hemocentros NAT no País, que conforme o [BOLD]JT[/BOLD] adiantou ontem farão a partir de março do ano que vem a testagem do sangue pelo teste de ácido nucleico (NAT) capaz de diminuir o tempo da janela imunológica para detecção dos vírus HIV e da hepatite C já utilizarão a nova etiquetagem. O teste NAT é uma das exigências cobradas pela ISBT para licenciar uma instituição.
Atualmente o Brasil utiliza dois principais sistemas de classificação de bolsas de sangue: o do Hemovida, sistema do governo, e o SBS. Mas há também os sistemas in house em que cada instituição define como identificar seu material, diz Genovez. O que gera uma Torre de Babel. Várias pessoas falando em línguas diferentes, compara o membro da pasta da saúde. Genovez afirma que o prazo de implementação até o final de 2012 foi acelerado pela confirmação da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada 2016 no Brasil. Receberemos muitos estrangeiros e não podemos correr riscos. Contamos com a possibilidade deles precisarem dos nossos bancos de sangue, admite.
Custos Apesar das exigências para licenciar o uso do padrão ISBT 128, Wendel explica que a ISBT não tem caráter regulatório. Não iremos definir como os hemocentros brasileiros irão trabalhar.
O ministério afirma que gastará R$ 0,01 por etiqueta. Além disso, há também uma taxa de adesão anual do padrão ISBT 128, que depende do volume coletado de sangue pelo hemocentro. O valor pode variar entre US$ 200 e 500.
Acredito que o custo dá operação não é tão baixo e a implementação tão simples quanto o ministério prega, afirma Dante Langhi, diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH)
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